A FALTA QUE O CÉREBRO FAZ - 26.01.2009
Os sons são o que há de pior no cancioneiro de beira de estrada, puteiro e nos programas televisivos de nível X,Y e Z. Aqueles em que o corno vai pedir a última chance, a “atriz “ pornô jura que faz arte. E a apresentadora é aquela cujo parâmetro de ética um ex-Rolling Stone conhece bem todo mês quando paga sua pensão.
Nas praias potiguares, os carros são menores que os equipamentos e os seus donos, meninos jovemente embriagados, almas penadas se debatendo num exibicionismo ridículo.
Decibéis e decibéis. Duelos em alto volume. Um carro diante do outro, garotos com sorriso de idiotas fazendo pose para menininhas bonitas e encantadas. O idiota é inconfundível, seja em que faixa etária estiver.
É a versão “favelado de AR-15” do veraneio potiguar que chega ao fim. Vi num documentário que os traficantes iniciados se exibem com armas potentes e conquistam belos traseiros.
Os boys do litoral potiguar usam suas caixas de som e o seu repertório de otário onde é preciso “olhar a camisinha”, saber que o “sapo caiu na lagoa” e que a “barriguinha”, certamente, faz parte da próxima pauta da ONU com o presidente Obama.
Jovens que têm músculos. São exibicionistas, tarzans do narcisismo.
Ao vê-los, lembro dos bebês que nasceram anencefálicos nos anos 80 em Cubatão(SP), vítimas de uma brutal contaminação do meio ambiente.
A diferença é que as crianças de Cubatão nasceram sem cérebro, coitadas, por uma tragédia.
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