Coluna Prosa & Verso de 19 de agosto de 2010 – Quinta-feira
Segmentos do comando vilmista estão cometendo um erro crasso ao não casar o voto dela com o de Hugo Manso de maneira mais enfática. Com certeza, inteligente e perspicaz como é, a candidata não concorda com isto.
Sempre que um segundo voto vilmista não vai para Hugo Manso, vai para um dos seus dois principais concorrentes. E, pelos levantamentos mais detalhados que nos chegam às mãos, José Agripino e Garibaldi estão conseguindo casar os votos bem direitinho entre eles.
A postura do vilmismo, além do prejuízo matemático evidente, provocou um mal estar de caráter político por não abraçar Hugo com o carinho, o respeito e o mesmo companheirismo com o que o PT abraçou a campanha dela.
Os principais candidatos do PSB abandonaram Hugo e saíram em busca de acochambrar acordos de conveniência com adversários.
O clima de descompasso entre o grau de compromisso entre as postulações senatoriais está criando na militância petista, um sentimento de não pertencimento. Ninguém no PT ergue bandeiras por dinheiro ou cargo. Lembrem que o PT entregou a Secretaria de Saúde e não rompeu. E não entregou a Fundação José Augusto, para não romper. O petista ergue bandeira por compromisso e por empolgação. Ainda é tempo de reatar o elo perdido da emoção e do sentimento de que há um projeto comum.
Há uma enorme compreensão quando o primeiro voto é de José Agripino, Garibaldi, Sávio Hackradt ou Joanilson de Paula Rego e o segundo é de Vilma. Aí é natural que Hugo não esteja na campanha de quem fez esta opção por Vilma, entende-se que quem vem de fora pra dentro, seja prefeito, vereador ou liderança comunitária, não levante a bandeira de Hugo. Mas, ver candidatos, dirigentes, próceres e gente do entorno jogando contra Hugo, é dose. Até porque, ao jogar contra Hugo apostando fichas em Garibaldi ou José Agripino é também jogar contra Vilma. Por isto é profundamente estranho, desagradável e revoltante para o PT quando o primeiro voto é de Vilma, e Hugo Manso é excluído da campanha.
É doloroso e revoltante para os petistas que numa carreata que Hugo e Vilma desfilam em cima do carro com Iberê, se constate vários carros de som portando cartazes de Garibaldi. Garibaldi trabalha para derrotar Vilma e Iberê. Duvido que numa carreata de José Agripino, Garibaldi e Rosalba seja aceito cartaz de Vilma.
O fato de falar bem de Lula, não é critério para o petista engolir Garibaldi. Ora, nem José Agripino, Serra e Arthur Virgílio estão falando mal de Lula.
Até mesmo o voto em Dilma é pouco para empolgar o militante petista, se o candidato está reforçando o palanque adversário, e por que não dizer, inimigo.
Por questão de espaço, vamos continuar nas Notas Curtas.
Uma coisa é uma coisa
Uma coisa é Dilma desfilar com Iberê de um lado e Carlos Eduardo do outro. Os dois estão fazendo campanha em prol do enlarguecimento da base do governo Lula e futuro governo Dilma. Garibaldi reforça o time do contra. Está noutro projeto. Diz ajudar na eleição, mas reforça a construção da oposição ao futuro governo.
Outra coisa...
Quem precisa do carimbo petista e dos seus mais de 150 mil votos no RN precisa se tocar de que não dá para fazer de conta que o PT não tem candidato ao Senado.
Hugo poderia ser candidato a deputado estadual com chances de disputa. Bem como poderia ter ficado no importante cargo de Delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário no nosso estado.
Lula lá
A contribuição do PT na campanha do Rio Grande do Norte é incomensurável e não se restringe aos desempenhos de Lula e Dilma na disputa.
E a militância aqui
Quem não contar com a militância pode sofrer as decepções que Roseana Sarney e Inácio Arruda sofreram nas campanhas de governador do Maranhão e prefeito de Fortaleza, quando ambos tinham o apoio explícito de Lula e da cúpula partidária nacional, mas não tinham o apoio das militâncias petistas locais e tiveram que amargar Jackson Lago governador e Luizyanne prefeita.
Crispiniano Neto
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