27 de maio de 2009

Manifestações Culturais II

Bambelô

BAMBELÔ
È uma dança de roda, divertimento e desafio entre repentistas, par ver quem melhor improvisa. O acompanhamento das cantigas é feito com ganzás e tambores. Caracteriza-se pela dança de solista que faz galanteios coreográficos, normalmente a umbigada ou uma vênia, em frente a uma dama, que por sua vez, reponde com gingadas de corpo, conforme a música. Os dançarinos postam-se lado a lado, num semi-círculo, onde a solista entra, canta seu ponto, dança e se retira. Seus versos são improvisados. Não deixa de ser uma forma sofisticada do coco-de-roda, que sofreu visível influência do ritmo e coreografia do samba.
Em Natal, no bairro do Alecrim, existiu um tradicional grupo desta dança. Era o “Asa Branca de Severino Guedes”. Após a morte de seu fundador, os dançarinos do Bambelô ficaram inativos.
BOI CALEMBA
O folguedo se apresenta cantando cantigas do século XIX, saudações, louvações e benditos. O Boi Calemba é composto por dezessete participantes, geralmente divididos em grupos, os Enfeitados e os Mascarados. Deífilo Gurgel informa a função de cada grupo:

Compõem o primeiro grupo o Mestre da brincadeira, os Galantes e as Damas, responsáveis pelo lado sério do espetáculo. ... Os mascarados provêm a parte cômica do espetáculo. São três. Mateus, Birico e Catirina. Declamam loas, como os Galantes, entretanto, gaiatas; representam pantominas e parodiam os compenetrados Galantes, em suas antigas e atitudes.

O Boi Calemba, conforme diversos estudiosos das danças folclóricas, é a versão dos potiguares do bumba-meu-boi nordestino. Vivo na memória do natalense, este folguedo expressa riqueza da cultura norte-riograndense.
Em Natal Boi Calemba é sinônimo de Manoel Marinheiro (Manoel Lopes Galvão), que construiu ao longo de sua vida um pólo de resistência da cultura popular. Hoje sem a presença do Mestre Manoel, a comunidade de Felipe Camarão, ainda, vinvencia as lições de amor aos folguedos ensinada por Marinheiro. Na Rua Silva, 262, transversal da Rua Rainha do Mar, encontramos um lugar de folclore, a antiga residência do Mestre Bio Calemba.
Finalmente, o Boi Calemba é um dos folguedos mais tradicionais de Natal. Há relatos desta “brincadeira” como parte de várias festas populares-religiosas, tendo como ponto alto os festejos natalinos do início do século XX.

PASTORIL
O Auto do Pastoril é uma reminiscência dos autos portugueses. Compõe-se de poemas dialogados e musicados que tratam de motivos religiosos e profanos. Há dosi partidos ou cordões que formam o pastoril: o cordão azul e o cordão encarnado. As cantigas expressam a alegria dos cordões com o público, louvando o Messias e exaltando o Pastorial. É a maior característica do Pastoril Potiguar.
O Pastoril se destaca pela diversidade de personagens como o anjo Gabriel, Lúcifer, Libertina, Célia, Graça, Mestra e Contramestra, Flora, Centurião, Argemiro, Eva, Diana, Herodes, com sua maldade, reavivando a sentença da paixão de Cristo. Existem alguns pastoris que inovaram o folguedo religioso em profano. Na Vila de Ponta Negra existe um grupo de Pastoril, formado por idosos.

FANDANGO

Nosso Fandango é inspirado nas grandes aventuras marítimas portuguesas. Esse auto com a história da Nau Catarineta, que se perdeu no mar. O grupo é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. Normalmente, o auto é repesentado num barco ou como alternativa num palanque.
Atualmente, infelizmente, não existe registro de grupos de fandangos ativos em Natal. Encontramos alguns resistentes nas cidades de Canguaretama e Georgino Avelino.

Fonte: Deífilo Gurgel/Anuário de Natal -
Fonte: blog Natal de ontem

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