15 de maio de 2009

Yasmine Lemos




Saudade não tem nome enrosca no peito e dorme. Como cobra que o horror domina.

Saudade não tem explicação de ser, ela nem é o melhor da vida.

Existe sem formato e deforma tudo por dentro.

Sonho, luz e pensamento. Trazendo melancolia querendo lágrima sem som, sem saber pra quê querer doer. Maltratar por simples prazer.

Saudade que pesa na alma, talvez de um cheiro, do barulho que nunca se fez aqui pelo labirinto da alma.

Saudade é pior, quando o coração que ela resolve visitar não sabe tratá-la bem, como um fôlego tomado de susto.

Fingindo ser bem vinda, músicas lindas no recinto agridem a dor que ela distribui nas feridas. Os versos lidos espalhados servem de analgesia para o coração que sente.
Cheiro da alegria nasce sem saber se é passado ou presente ou algum futuro vivente.

Perfume derramado por todos os cantos, a saudade não suporta, e segue o caminho da porta do peito e vai embora.

Yasmine Lemos
22/04/2009

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