Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O impacto econômico da produção cultural em outras cadeias produtivas foi um dos temas debatidos hoje (12) na 2ª Conferência Nacional da Cultura. Segundo a economista Ana Carla Fonseca Reis, no Brasil o assunto ainda é pouco discutido.
“Queremos que o valor econômico da cultura seja reconhecido, mas não se sobreponha a ela. Nosso talento cultural é um riqueza econômica do país. Cultura deve ser pensada como investimento e não como despesa”, destaca a economista.
Segundo a Ana Carla, os diversos setores culturais movimentam cadeias produtivas que são muito representativas para a economia nacional. Como exemplo, cita a moda que envolve desde a produção do algodão e indústria têxtil, além de outros segmentos, como design.
“Nessa cadeia se emprega desde quem trabalha na produção de algodão, até a senhora que faz bordado na periferia das cidades, passando pelas pessoas cuidam dos desfiles das grandes semanas de moda. Essa é a cadeia que mais emprega mão de obra feminina no país”, afirma.
Para a economista, um dos problemas enfrentados no Brasil é a falta de dados sobre a cadeia produtiva da moda. No mundo, setores como artesanato, multimídia, industrias culturais, moda, design e arquitetura representam 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia mundial e nos Estados Unidos movimentam 11%.
“Em países como o Brasil, que ainda estão despertando para a economia da cultura, há pouca informação sobre o tema. Não existe PIB cultural. A equação é simples. Se você não tem estatísticas, não tem importância. Se você não der importância, não terá estatística”, salienta Ana Carla.
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