18 de novembro de 2011

Nossa homenagem ao dia do cordelista



OS SETE CONSTITUINTES


Quem já passou no sertão
E viu o solo rachado,
A caatinga cor de cinza,
Duvido não ter parado
Pra ficar olhando o verde
Do juazeiro copado.

E sair dali pensando:
Como pode a natureza
Num clima tão quente e seco,
Numa terra indefesa
Com tanta adversidade
Criar tamanha beleza.

O juazeiro, seu moço,
É pra nós a resistência,
A força, a garra e a saga,
O grito de independência
Do sertanejo que luta
Na frente da emergência.

Nos seus galhos se agasalham
Do periquito ao cancão.
É hotel do retirante
Que anda de pé no chão,
O general da caatinga
E o vigia do sertão.

E foi debaixo de um deles
Que eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.

Isso já faz tanto tempo
Que eu nem me lembro mais
Se foi pra lá de Fortim,
Se foi pra cá de Cristais,
Eu só me lembro direito
Do que disse os animais.

Eu vinha de Canindé
Com sono e muito cansado,
Quando vi perto da estrada
Um juazeiro copado.
Subi, armei minha rede
E fiquei ali deitado.

Como a noite estava linda,
Procurei ver o cruzeiro,
Mas, cansado como estava,
Peguei no sono ligeiro.
Só acordei com uns gritos
Debaixo do juazeiro.

Quando eu olhei para baixo
Eu vi um porco falando,
Um cachorro e uma cobra
E um burro reclamando,
Um rato e um morcego
E uma vaca escutando.

O porco dizia assim:
– “Pelas barbas do capeta!
Se nós ficarmos parados
A coisa vai ficar preta...
Do jeito que o homem vai,
Vai acabar o planeta.

Já sujaram os sete mares
Do Atlântico ao mar Egeu,
As florestas estão capengas,
Os rios da cor de breu
E ainda por cima dizem
Que o seboso sou eu.

Os bichos bateram palmas,
O porco deu com a mão,
O rato se levantou
E disse: – “Prestem atenção,
Eu também já não suporto
Ser chamado de ladrão.

O homem, sim, mente e rouba,
Vende a honra, compra o nome.
Nós só pegamos a sobra
Daquilo que ele come
E somente o necessário
Pra saciar nossa fome.”

Palmas, gritos e assovios
Ecoaram na floresta,
A vaca se levantou
E disse franzindo a testa:
– “Eu convivo com o homem,
Mas sei que ele não presta.

É um mal-agradecido,
Orgulhoso, inconsciente.
É doido e se faz de cego,
Não sente o que a gente sente,
E quando nasce e tomando
A pulso o leite da gente.

Entre aplausos e gritos,
A cobra se levantou,
Ficou na ponta do rabo
E disse: – “Também eu sou
Perseguida pelo homem
Pra todo canto que vou.

Pra vocês o homem é ruim,
Mas pra nós ele é cruel.
Mata a cobra, tira o couro,
Come a carne, estoura o fel,
Descarrega todo o ódio
Em cima da cascavel.

É certo, eu tenho veneno,
Mas nunca fiz um canhão.
E entre mim e o homem,
Há uma contradição
O meu veneno é na presa,
O dele no coração.

Entre os venenos do homem,
O meu se perde na sobra...
Numa guerra o homem mata
Centenas numa manobra,
Inda tem cego que diz:
Eu tenho medo de cobra.”

A cobra inda quis falar,
Mas, de repente, um esturro.
É que o rato, pulando,
Pisou no rabo do burro
E o burro partiu pra cima
Do rato pra dar-lhe um murro.

Mas, o morcego notando
Que ia acabar a paz,
Pulou na frente do burro
E disse: – “Calma, rapaz!...
Baixe a guarda, abra o casco,
Não faça o que o homem faz.”

O burro pediu desculpas
E disse: – “Muito obrigado,
Me perdoe se fui grosseiro,
É que eu ando estressado
De tanto apanhar do homem
Sem nunca ter revidado.”

O rato disse: – “Seu burro,
Você sofre porque quer.
Tem força por quatro homens,
Da carroça é o chofer...
Sabe dar coice e morder,
Só apanha se quiser.”

O burro disse: – “Eu sei
Que sou melhor do que ele.
Mas se eu morder o homem
Ou se eu der um coice nele
É mesmo que estar trocando
O meu juízo no dele.

Os bichos todos gritaram:
– “Burro, burro... muito bem!”
O burro disse: – “Obrigado,
Mas aqui ainda tem
O cachorro e o morcego
Que querem falar também.”

O cachorro disse: – “Amigos,
Todos vocês têm razão...
O homem é um quase nada
Rodando na contramão,
Um quebra-cabeça humano
Sem prumo e sem direção.

Eu nunca vou entender
Por que o homem é assim:
Se odeiam, fazem guerra
E tudo o quanto é ruim
E a vacina da raiva
Em vez deles, dão em mim.”

Os bichos bateram palmas
E gritaram: – “Vá em frente.”
Mas o cachorro parou,
Disse: – “Obrigado, gente,
Mas falta ainda o morcego
Dizer o que ele sente.”

O morcego abriu as asas,
Deu uma grande risada
E disse: – “Eu sou o único
Que não posso dizer nada
Porque o homem pra nós
Tem sido até camarada.

Constrói castelos enormes
Com torre, sino e altar,
Põe cerâmica e azulejos
E dão pra gente morar
E deixam milhares deles
Nas ruas, sem ter um lar.”

O morcego bateu asas,
Se perdeu na escuridão,
O rato pediu a vez,
Mas não ouvi nada, não.
Peguei no sono e perdi
O fim da reunião.

Quando o dia amanheceu,
Eu desci do meu poleiro.
Procurei os animais,
Não vi mais nem o roteiro,
Vi somente umas pegadas
Debaixo do juazeiro.

Eu disse olhando as pegadas:
Se essa reunião
Tivesse sido por nós,
Estava coberto o chão
De piubas de cigarros,
Guardanapo e papelão.

Botei a maca nas costas
E saí cortando o vento.
Tirei a viagem toda
Sem tirar do pensamento
Os sete bichos zombando
Do nosso comportamento.

Hoje, quando vejo na rua
Um rato morto no chão,
Um burro mulo piado,
Um homem com um facão
Agredindo a natureza,
Eu tenho plena certeza:
Os bichos tinham razão.
Poeta Cordelista Potiguar Antonio Francisco

15 de novembro de 2011

RN volta a brilhar no futmesa nacional

O RN voltou a conquistar a hegemonia do futebol de mesa brasileiro, desta vez o botonista da ANMF, Franklin conquistou a categoria especial, e a conquista foi de forma invicta, estava ao seu lado aqui em Recife e pude comprtilhar deste belo momento do futebol de mesa potiguar, com direito a boné e camisa do ABC FC na comemoração.
Valeu companheiro!

8 de novembro de 2011

Prêmio Ibram de Roteiros Audiovisuais 2011

Prêmio Ibram de Roteiros Audiovisuais 2011

Inscrições abertas até 26 de novembro



O Prêmio Ibram de Roteiros Audiovisuais 2011, que faz parte do Programa de Fomento aos Museus Ibram 2011, tem como objetivo premiar 18 roteiros inéditos para produção audiovisual, com 60% de ambientação em museus brasileiros e produções de mídias digitais com argumentação museológica.



Serão premiados: três roteiros de longa metragem; cinco roteiros de curta metragem; cinco roteiros de documentário; cinco roteiros para Cine-TV e vinte produções de mídias digitais. Os prêmios variam de R$ 5 mil a R$ 100 mil.



As inscrições devem ser feitas através do SalicWeb, disponível na portal do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br) e na página do Instituto Brasileiro de Museus (www.museus.gov.br).



Confira aqui mais informações.




Ministério da Cultura

Secretaria do Audiovisual

Assessoria de Comunicação
(61) 2024-2940
www.cultura.gov.br/audiovisual

@SAvMinC

7 de novembro de 2011

Ordem do Mérito Cultural 2011

Ordem do Mérito Cultural 2011

Cerimônia de entrega das medalhas será realizada nesta quarta-feira (9), em Recife

Nesta quarta-feira, 9 de novembro, Recife receberá a solenidade de entrega das insígnias da Ordem do Mérito Cultural 2011. A cerimônia da mais alta condecoração da Cultura brasileira será realizada, este ano, pela primeira vez na região Nordeste. O palco escolhido para a festa foi o Teatro de Santa Isabel. As comendas são entregues pela Presidência da República e pelo Ministério da Cultura a personalidades, a grupos de pessoas, a iniciativas e a instituições que tenham prestado relevantes contribuições para a Cultura do país.


O tema da Ordem do Mérito Cultural de 2011 é a jornalista e escritora Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), mais conhecida pelo apelido de Pagu. Inquieta e de comportamento destemido, Patrícia era feminista e militante do Partido Comunista Brasileiro. Ficou conhecida como uma mulher que viveu à frente de sua época, que sempre buscou quebrar preconceitos.


A escolha de Pagu como tema da edição 2011 da OMC, segundo a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, teve o intuito de conferir uma homenagem “ a uma mulher extraordinária, raro exemplo de militância cultural, política e existencial, sempre com uma perspectiva inovadora e transformadora”.


A ministra comentou também a decisão de realizar pela primeira vez a entrega das medalhas do Mérito Cultural em um estado da região Nordeste: “a escolha de Pernambuco reforça a nossa visão da riqueza e da multiplicidade culturais do Brasil. O estado vive hoje um momento novo e especial de sua história, expressando-se com vigor nos mais diversos campos do fazer e do criar”, afirmou.

Condecorações

Este ano serão concedidas 51 condecorações a representantes da Cultura brasileira, distribuídas nas categorias Grã-Cruz, que é a mais alta graduação da Ordem, Comendador e Cavaleiro. Nesta edição 18 personalidades serão agraciadas com a Grã-Cruz, 13 com a Comendador e cinco com a ordem Cavaleiro, além de 15 associações culturais e grupos artísticos que receberão a comenda da Ordem do Mérito Cultural.

Instituída pelo MinC em 1995, a OMC já concedeu mais de 500 condecorações a nomes ilustres da história e das artes brasileiras, tais como Santos Dumont (in memoriam), Bibi Ferreira, Ângela Maria, Cartola (in memoriam), Ana Botafogo, entre outros. As medalhas são direcionadas a um amplo universo temático, de forma a abranger a diversidade marcante da cultura do país. Contemplam as tradições de grupos étnicos, as expressões da cultura popular, as artes visuais, a música, a literatura, o teatro, o cinema, o design, a produção intelectual, entre outros segmentos que compõem o grande espectro cultural do país.

Visite o blog da OMC 2011


(Texto: Patrícia Saldanha – Ascom/MinC)

6 de novembro de 2011

Jards Macalé em Natal

Jards Macalé e Nós do Beco

revêem amigos no Dia

Nacional do Samba





O show Revendo Amigos, com o cantor e compositor carioca Jards Macalé, dia 2 de dezembro no Bar do Zé Reieira, Rua Professor Zuza, Cidade Alta, marca a celebração do Dia Nacional do Samba em Natal. O espetáculo terá a apresentação especial do Nós do Beco, grupo musical que vem revitalizando a tradição do gênero na cidade, e do guitarrista e arranjador Joca Costa, que já acompanhou grandes nomes da MPB.

Sempre às primeiras sextas de mês, o Nós Beco se apresenta no local interpretando pérolas genuínas do samba e do choro nas obras de autores como Pixinguinha, Noel Rosa, Cartola, Waldir Azevedo, Nelson Cavaquinho, entre outros, prestando tributo a esses mitos. O grupo vem cumprindo temporada de shows musicais no local deste o início do ano .

O concerto de Jards Macalé, que estará lançando Jards, seu novo disco, se insere no roteiro de homenagens à música brasileira que o Nós do Beco vem realizando no Centro Histórico. Principalmente pela ligação que o artista tem com o samba em sua carreira.



Jards Macalé

Jards Anet da Silva, nascido no Rio de Janeiro, é um dos grandes artistas brasileiros. Pouco conhecido do público, Jards é um grande violonista e compositor de talento. Ele nunca freqüentou as paradas de sucesso, mas sua grande obra tem lugar especial na história da MPB.

O apelido “Macalé”, surgiu, segundo ele próprio, da sua própria falta de habilidade nas peladas de futebol que jogava com os amigos ainda adolescente. Resolveram lhe chamar assim pois o um volante chamado “Macalé” era um piores jogadores do Botafogo naquele período.

O músico estudou violão clássico e orquestração. Ainda jovem foi convidado para acompanhar Nara Leão no histórico show Opinião e para dirigir os primeiros espetáculos de Maria Bethânia. Foi a Londres no final dos anos 60 para dirigir e tocar violão no antológico álbum Transas que Caetano Veloso gravou no exílio.

De volta ao Brasil, provocou grande polêmica ao apresentar no Festival da canção de 1969, desafiando a censura, ao apresentar a música Gothan City, uma metáfora sobre a cidade do Batman. Nos anos 70 Macalé participou dos melhores momentos de Gal Costa, os discos Legal e Fatal. Fez parceria com Moreira da Silva, criador do “samba de breque” e rei da malandragem carioca, e gravou o disco Macalé canta Moreira.

Com quase 50 anos de carreira, Macalé gravou apenas nove discos, todos elogiados pela crítica, com especial destaque para Contrastes (1977) no qual se revelou intérprete orginal intérpete de grandes mestres do samba como Ismael Silva.

O mais recente tributo ao talento de Macalé foi a regravação do clássico Vapor Barato (parceria com Wally Salomão) pelo grupo Rappa, que se tornou o único sucesso de sua carreira.

Numa época em que a quantidade é mais valorizada do que a qualidade, cresce a importância de um artista original como Jards Macalé por sua imensa contribuição à música e pelo ainda pequeno reconhecimento de sua obra.



Dia Nacional do Samba

Show Revendo Amigos

Com Jards Macalé e Nós do Beco

Participação especial: Joca Costa

Data: 2 de dezembro

Horário: 20h

Local: Bar do Zé Reieira, Rua Professor Zuza, Cidade Alta

Mesas: R$ 60

Informações: 88985559- 88158687-99264955.


mariagorette20@hotmail.com. m.ziza@uol.com.br

1 de novembro de 2011

Lula agradece pelo apoio recebido

Um depoimento sobre a situação da Redinha

Regina Castro, mineira que veio morar na Redinha há 7 anos:

Fábio acabei de ler o fato da Kelly na redinha, e o assalto no Cartório. Meu Deus estive no cartório hoje e fiquei sabendo de um assalto, mas não que havia sido assim, este irmão dela é o Franklin, ele é um ótimo profissional. Poxa isto me deixa impotente, preocupada será que sou tão ingênua assim de acreditar e gostar daqui? Será que errei tanto em vir para Natal? Desculpe, mas fiquei muito triste. Boa noite