18 de setembro de 2012

Natal e sua política cultural. Balanço e Possibilidades

Para realizar um balanço das políticas culturais da cidade do Natal, faço um exercício de recorrer a memória dos meus familiares, principalmente meus tios: Carlos Lima e João Alfredo, alem da minha mãe Marlucia Lima de Almeida que era acordeonistas e foi proprietária da escola de acordeom Mario Mascarenhas de Natal. Deste esforço de lembrança surgem as noticias da época do então prefeito Djalma Maranhão. Época em que a cidade de Natal era uma grande festa, cortejos, grupos folclóricos, praças transformadas em espaços culturais, bibliotecas municipais. Por estas informações de quem vivenciou este período dá para se perceber que Djalma foi o melhor gestor para a cultura da cidade de todos os tempos. A era pós Djalma já não consta um registro igualmente positivo, problemas crônicos são enfrentados nas gestões culturais da cidade, falta de orçamento, falta de continuidade das ações e principalmente a falta de planejamento de uma política cultural para a cidade construído de forma coletiva e que dele resulte em um Plano Municipal de Cultura, que pense as ações integradas com outras áreas do governo municipal, como: educação, esporte e lazer, turismo, meio ambiente . Ações para alem das contingências dos governos, ações estruturantes de médio e longo prazo, capazes de atender os anseios dos que vivem da arte e da cultura na cidade e principalmente do povo, que deve ser o objetivo final de uma política pública de cultura. Com muito esforço podemos diferenciar a política de eventos entre uma gestão e outra, porem estes eventos são construídos ao sabor dos gestores e sem critérios claros e transparentes no tocante a participação da classe artista da cidade neles, o ‘sucesso’ destes eventos são medidos pela capacidade de juntar a maior ou menor quantidade de pessoas durante as suas realizações. Alem disto, em sua grande maioria são eventos caros para a nossa realidade e se medidos a relação custo - benefício, facilmente veremos que não se justificam, em sua grande maioria, os gastos com eles executados. No momento em que a cidade vive mais um processo de eleição é importante que os agentes culturais exijam de seus candidatos propostas claras para a área . O desafio é o de se construir uma pauta coletiva para a área da cultura em detrimentos de promessas e favores individuais, aliás, esta tem sido uma grande dificuldade do movimento cultural da Cidade de Natal. Precisamos inserir Natal no Sistema Nacional de Cultura, e com isto trazer para a cidade as políticas exitosas realizadas pelo Ministerio da Cultura. Natal é a única capital do nordeste que ainda não conta com uma rede municipal de pontos de cultura por exemplo. Posso aqui alencar uma serie de outros programas importantes que a cidade também ainda não detém, entre eles, uma rede municipal de agentes de leitura, programa que tem sido também muito bem avaliado nas cidades onde se realizam. Quero desejar aos agentes e amantes da cultura que leiam atentamente os programas dos candidatos e que façam suas escolhas diante da consistência dos mesmos e da possibilidade de se ter ou não em Natal, uma política cultural de verdade, democrática, inclusiva e permanente. Fábio Henrique Lima de Almeida Militante da cultura e fundador da Banda do Siri - Redinha