29 de maio de 2010

Bar da Nazaré é multado pela prefeitura de Natal


Foto do bar da Nazaré em dia de evento cultural



Soube hoje que o bar da Nazaré no Beco da Lama foi multado por colocar mesas na rua, a multa no valor de R$ 500,00. Nada contra a legislação que disciplina o uso de espaços públicos, o problema é que a prefeita só usa sua força contra os mais fracos, falo isso porque moro em Capim Macio onde praças e canteiros são ocupados por bares e restaurantes com poluição sonora e a prefeitura nada faz, porque só o Beco da Lama? Qual alternativa a prefeitura tem para aquele espaço da cultura de Natal? Qual projeto para a área? Duvido muito que tenham alguma proposta, aliás, essa gestão não tem projeto para nada da cidade. Uma vergonha!

27 de maio de 2010

Alzeny Nelo e Sérgio Farias “Comemoração com sotaque nordestino”

Alzeny Nelo e Sérgio Farias “Comemoração com sotaque nordestino”



Vencedora do primeiro prêmio no Concurso de Canto lírico/ Ópera promovido pela UFRJ e convidada para estrear nas principais salas de concerto do Rio de Janeiro, Alzeny Nelo comemora nesta sexta-feira com o show “Caymmi, Capiba e Gonzaga”. Neste show, a soprano se imerge no repertório popular do nordeste brasileiro trazendo a singularidade de suas interpretações em duo com o arranjador e diretor musical do espetáculo Sérgio Farias.

Em ultima apresentação no próximo dia 28 de maio no TCP, o Duo traz ao palco três ícones da música brasileira: Luiz Gonzaga, O Rei do Baião, Capiba, O Rei do Frevo e Dorival Caymmi, O Rei das canções. O show pretende revelar aspectos menos conhecidos destes compositores em versões e arranjos para voz e violão ressaltando as particularidades de ritmos, melodias e estilos inerentes a cada um. O show mistura o jazz, o ritmo brasileiro e o lirismo entrelaçados pela narração de belos versos cheios de mar e sertão do poeta Carlos Drummond de Andrade. O público presente poderá apreciar grandes clássicos como: “Coqueiro de Itapoã”, “A feira de Caruaru”, “Olinda”, “A morte do vaqueiro”, “Marina”... Interpretados na voz ensolarada da soprano Alzeny Nelo acompanhada pelos ricos acordes do compositor e violonista Sérgio Farias.

O show conta ainda com a participação de músicos como Antônio de Pádua (violão sete cordas), Dudu Campos (percussão), Gilberto Cabral (Trombone) e do poeta Carlos Braga que assina e recita o roteiro da noite. O cenário fica por conta da artista Sayonara Pinheiro e arranjos musicais de Sérgio Farias.

Após quase cinco anos na França, o duo Alzeny Nelo e Sérgio Farias fez importantes shows dentro e fora de Paris recebendo grandes elogios da crítica francesa. Em 2003 teve grande destaque ao ser a principal atração da Sala Villa-Lobos (Embaixada do Brasil) na “Fête de la Musique” contando com a participação do pianista francês Dominique FILLON. O duo tem como objetivo pesquisar e apresentar a música brasileira em uma versão mais camerística com arranjos para canto e violão. No repertório, grandes compositores e obras primas da música brasileira, algumas conhecidas e outras ainda pouco reveladas ao grande público.

O show “Caymmi, Capiba e Gonzaga” acontecerá no Teatro de Cultura Popular dia 28 de maio às 20h30.



SERVIÇO:

Data: 28 de maio às 20h30

Local: Teatro de Cultura Popular - TCP

(Anexo da Fundação José Augusto)

Rua Jundiaí, 641, Tirol

Ingressos no local: R$ 20,00 Meia: R$10,00

Informações: 9144-0639

24 de maio de 2010

A potiguar Alzeny Nelo vence Concurso Nacional de Canto

Alzeny Nelo vence Concurso Nacional de Canto

Escrito por Andrea Pestana e Francisco Conte
Dom, 23 de Maio de 2010 00:00

Bravo, bravíssimo! Com uma atuação irretocável a soprano Alzeny Nelo venceu ontem, 23, o Concurso Nacional de Canto Lírico/Ópera promovido pela Escola de Música (EM) com objetivo de incentivar o surgimento de novos talentos nessa área tradicional da música de concerto. Última a se apresentar, Nelo levantou o público que lotou o Salão Leopoldo Miguez ao interpretar com segurança e maturidade as áreas "Grazie – Nel grave tormento", da ópera Mitridate, rè di Ponto, de Mozart, e "Air des Clochettes", da Lakmé, de Delibes. Pela vitória, além de um prêmio em dinheiro de R$8 mil, recebeu convites para a participação na temporada 2010 do Theatro Municipal, na temporada 2010/2011 da Sala Cecília Meireles e na temporada 2010/2011 da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF. Ao agradecer os aplausos da plateia, Alzeny Nelo enfatizou que eventos como estes são importantes, pois podem abrir portas e ampliar os espaços de trabalho dos cantores líricos nacionais.

Foto: Renan Salotto

Alzeny Nelo se apresenta

Não foi, porém, uma escolha fácil como destacou a soprano Ruth Staerk, presidente do banca integrada também por André Heller, João Guilherme Ripper, Céline Imbert e Silvio Viegas, já que o nível elevado dos candidatos que disputaram a final obrigou que se reunissem por mais de uma hora para deliberar os laureados.

Em segundo lugar ficou a soprano Gabriela Rossi, que obteve o prêmio de R$ 5 mil, convite para a temporada 2010/2011 da Orquestra Petrobrás Sinfônica e o Prêmio Música no Museu - participação na temporada 2010. Em terceiro, Maíra Laurert, ganhou R$ 3 mil em dinheiro e convite para a temporada 2010/2011 da Orquestra Sinfônica da UFRJ e o Prêmio Música no Museu - participação na temporada 2010.

As sopranos Manuela Vieira e Chiara Santoro ficaram, respectivamente, com os Prêmios IBAM, participação na temporada 2010, e Música no Museu, temporada 2010.

Prometendo mais iniciativas do gênero, André Cardoso, diretor da EM, elogiou o nível dos candidatos e enfatizou que o evento confirma que "felizmente a ópera no Brasil continua viva e tem um grande futuro".

O concurso contou com o patrocínio do Banco do Brasil e apoio de instituições como o Theatro Municipal, a Sala Cecília Meireles e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM); da Série Música no Museu e das Orquestras Petrobras Sinfônica, da Sinfônica Nacional da UFF e da Sinfônica da UFRJ. A organização do evento ficou à cargo do Setor Artístico da EM e sua comissão executiva foi composta por Heliana Farah, Homero Velho, Veruschka Mainhard, professores, e André Garcez, Andréa Pestana e Neilton Cardoso, funcionários.

Após uma pré-seleção que escolheu 23 dos 82 inscritos, a fase final do concurso se desenvolveu em três etapas. No dia 21 de maio se apresentaram os 23 candidatos pré-selecionados que, segundo as normas do concurso, executaram uma ária de ópera escrita até o final do século XVIII (1800) e outra de livre escolha - obrigatoriamente em línguas distintas. No dia seguinte, 22, foi a vez da semifinal, quando 12 candidatos selecionados no dia anterior pela banca mostraram duas áreas de livre escolha, sendo uma necessariamente de compositor brasileiro, composta ou não em português. Na final, 23, os oito melhores candidatos retornaram ao palco do Leopoldo Miguez para duas árias de livre escolha, que agora puderam ser em um mesmo idioma.

23 de maio de 2010

Prefeita sanciona o FIC de Natal - Vamos fazer valer agora.

DECRETO Nº. 9.076 DE 19 DE MAIO DE 2010.

Regulamenta o Fundo de Incentivo à Cultura – FIC, instituído pela Lei Nº. 4.838. 09 de julho de 1997 e dá outras providências.



A PREFEITA DO MUNICÍPIO DE NATAL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso VI do art. 55 de Lei Orgânica do Município do Natal e de acordo com os artigos 16 e 17 da Lei Nº. 4.838 de 09 de julho de 1997,



DECRETA:



Art. 1º - O Fundo de Incentivo à Cultura – FIC, de natureza contábil e financeira, tem por objetivo promover a produção cultural da Cidade do Natal, exclusivamente através de bens culturais públicos, bem como viabilizar ações de interesse coletivo dos diversos segmentos da cultura.

Parágrafo Único – os bens culturais resultantes de projetos financiados pelo FIC não podem ser comercializados, nem mesmo estabelecer qualquer tipo de contraprestação do público.



Art. 2º - O Fundo de Incentivo à Cultura – FIC será gerenciado pelo Conselho Municipal de Cultura, a quem cabe decidir sobre sua aplicação, acompanhando e fiscalizando a execução de projetos aprovados pelo mesmo;

§ 1º - As decisões do Conselho Municipal de Cultura têm caráter deliberativo, com a atribuição de aprovar a aplicação dos recursos constitutivos do Fundo de Incentivo à Cultura – FIC.

§ 2º - As decisões relativas ao Fundo de Incentivo à Cultura - FIC, de conformidade com o parágrafo anterior, serão aprovadas através de resoluções do Conselho Municipal de Cultura.



Art. 3º - Anualmente, o Conselho Municipal de Cultura, definirá e publicará, através de edital, a destinação dos recursos do Fundo de Incentivo à Cultura – FIC com base na dotação estabelecida na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no saldo do FIC do ano anterior.

§ 1º - O edital referido no caput será divulgado até 30 dias após a publicação da LOA.

§ 2º - Os recursos aplicados no ano anterior serão divulgados através de demonstrativos

enviados à Controladoria Geral do Município e publicado no Diário Oficial do Município até o

último dia útil do mês de fevereiro do ano corrente.



Art. 4º - Constituem receitas do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC:

I. As provenientes das dotações orçamentárias;

II. Os valores captados por projetos aprovados no Programa Municipal de Incentivos Fiscais a

Projetos Culturais - Djalma Maranhão - inferiores ao percentual mínimo estipulado no art. 2º da

Lei Nº. 5323/2001, bem como multa decorrente da aplicação indevida de recursos do mesmo Programa.

Bem como as eventuais multas decorrentes.

III. Os recursos de cessão de galerias, teatros, auditórios, salas e outros espaços culturais próprios do Município, suas bilheterias, taxas, mensalidades, participação na venda de produtos em feiras, sorteios e leilões;

IV. Recursos oriundos de participação na venda de obras de arte, livros, publicações, periódicos, discos, filmes, vídeos, DVDs, trabalhos editados ou co-editados pela Prefeitura, através de um de seus órgãos:

V. Recursos de arrecadação direta de valores públicos originados na prestação de serviços pela FUNCARTE e de multas aplicadas em conseqüência de danos praticados a bens de valor artístico, histórico ou cultural;

VI. O rendimento proveniente da aplicação de seus recursos disponíveis, subvenções, imóveis, valores de relíquias e obras de acervos oriundos de espólio de qualquer cidadão ou família cujos descendentes legais inexistirem;

VII. Doações de entidades culturais ou não, inclusive de organismos internacionais.

Parágrafo Único – Não constituem receitas do Fundo de Incentivo à Cultura – FIC os recursos

revertidos a títulos de cachês e direitos autorais.



Art. 5º - Todas as receitas destinadas ao FIC serão obrigatoriamente depositadas em conta exclusiva em instituição financeira oficial de crédito da Prefeitura Municipal do Natal.

§ 1º - Os valores financeiros repassados aos projetos desenvolvidos através de recursos do FIC, serão igualmente movimentados através de contas exclusivas de instituição financeira oficial de crédito da Prefeitura Municipal do Natal.

§ 2º - A prestação de contas dos valores citados no inciso anterior deverá ser realizada até 60 (sessenta) dias após a conclusão dos projetos e seguir os preceitos legais aplicados à espécie.



Art. 6º - Constituem despesas do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC:

I. Financiamento total ou parcial de projetos culturais aprovados pelo Conselho Municipal de

Cultura, através de Editais;

II. Execução de benfeitorias necessárias em imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural do município em caráter urgente e inadiável;

III. Custeio de apoio logístico ao funcionamento do Conselho Municipal de Cultura que não deverá exceder a 10% da dotação anual do FIC, compreendido por pessoal para apoio administrativo, móveis e equipamentos e material de expediente.

IV. Prestação de serviços referentes a pareceres técnicos que fundamentarão as decisões do Conselho quando a Prefeitura não dispuser de técnico da área em questão, cujo montante não poderá exceder a 2% da dotação orçamentária anual.

§ 1º - Os projetos financiados pelo FIC devem ser iniciados no ano da aprovação e não excederá 12 (doze) meses de execução.

§ 2º - A proposição de projetos ao Fundo de Incentivo à Cultura é condicionada à inscrição no Cadastro Municipal de Entidades Culturais.

§ 3º - Aos projetos culturais de que trata o inciso I é vedada a proposição por membro do Conselho Municipal de Cultura ou de seus parentes diretos ou afins até segundo grau.

§ 4º - Os editais de que trata o inciso I deverão, obrigatoriamente, estabelecer critérios objetivos de seleção, execução, acompanhamento e fiscalização.

§ 5º - Os móveis e os equipamentos adquiridos com recursos do Fundo de Incentivo à Cultura serão tombados como patrimônio da Fundação Cultural Capitania das Artes, conforme vinculação normatizada no Art. 2º da Lei 5.760/2006, e serão de usufruto do Conselho Municipal de Cultura.



Art. 7º - Compete ao Conselho Municipal de Cultura a gestão do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC e especificamente;

I. Autorizar a realização de despesas;

II. Aprovar o plano anual de aplicação de recursos do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC;

III. Aprovar quanto ao mérito e encaminhar ao Prefeito, até o último dia do ano fiscal vigente, relatório circunstanciado da utilização dos recursos do Fundo de Incentivo à Cultura - FIC;

IV. Elaborar e publicar, até 60 (sessenta) dias da publicação da Lei Orçamentária Anual, edital de seleção dos projetos a serem contemplados com recursos do FIC no ano corrente.



Art. 8º - Fica o Conselho Municipal de Cultura, no limite de suas competências, autorizado a baixar atos necessários à fiel execução deste Decreto, podendo contar com o auxílio dos demais órgãos da Administração Pública Direta e Indireta do Município.



Art. 9º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto N.º 6.124 de 11 de dezembro de 1997.



Palácio Felipe Camarão, em Natal, 19 de maio de 2010.

Micarla de SousaPrefeita

Depende de nós!

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS

Ponto de partida

Perguntas norteadoras: O que é o projeto (o que se pretende fazer)? Por que foi pensado e proposto (importância do projeto)? Quem o desenvolverá (principais envolvidos e suas funções)? Como será realizado? Quando e onde? Quanto custará? Como será divulgado?
Tenha o cuidado de escrever no máximo 01 página para cada item, com texto sempre claro e objetivo.

ÍTENS DE UM PROJETO

Apresentação

Na apresentação é preciso descrever o objeto do projeto.
Atenção: O objeto é, em última instância, uma “ação ou atividade cultural” e, por isso, acontece em um lugar, em determinado período, é realizado por uma pessoa ou um grupo de pessoas, por determinadas razões, podendo estar associado a conceitos ou a movimentos artístico-culturais tradicionais ou contemporâneos.
Como fazer: A apresentação ou descrição é uma síntese do projeto. Comece com um histórico do projeto (da ação ou atividade a ser realizada), descreva como surgiu a idéia de realizá-lo, qual a sua importância, número de pessoas envolvidas, principais objetivos, a qual público se destina e, finalmente, em que período e local ocorrerá.

Justificativa

Na justificativa devem ser apresentadas as razões para a realização do projeto.

Atenção: Além de explicitar as razões pelas quais se tomou a iniciativa de realizar o projeto proposto, é preciso enfatizar quais circunstâncias favorecem a sua execução, o justificam e o diferenciam, e também quais suas contribuições para o desenvolvimento cultural do público ao qual se destina ou da localidade/região na qual se insere.
Como fazer: Este é o momento de convencimento da importância do projeto e da capacidade do proponente em realizá-lo. Cuidado para não se perder em detalhes que não estão diretamente vinculados ao projeto, dê ênfase aos seus principais atributos. Lembre-se que o projeto deve ser justificado culturalmente. Fale dos seus principais atributos tais como: sua criatividade, contemporaneidade, tradição, irreverência, popularidade, entre outros.

Objetivos

Os objetivos devem expor os resultados que se pretende atingir, os produtos finais a serem elaborados, benefícios da ação ou atividade cultural proposta, se possível a curto, médio e longo prazo.
Atenção: Um projeto pode ter mais de um objetivo, geralmente tem-se um objetivo geral e outros específicos (decomposição do geral), mencione todos, tendo o cuidado de formular objetivos específicos que contribuam para o alcance do objetivo geral e que, também, possibilitem verificação do cumprimento do projeto.
Como fazer: Faça um pequeno parágrafo com o objetivo geral e organize em tópicos os específicos. Os objetivos devem iniciar com um verbo, ser claros e sucintos.

Público alvo

Identifique, em tópicos, o(s) público(s) ao qual o projeto se destina, presumindo, sempre que possível, uma quantidade direta e indireta do público a ser atingido.
Atenção: As características do projeto ou mesmo a trajetória do proponente podem já ter ou indicar um determinado público, que já possua um envolvimento com a ação ou atividade cultural proposta ou, ao contrário, a desconheça ou não tenha acesso e possa dela se beneficiar de alguma forma.
Como fazer: Alguns aspectos podem auxiliar na definição do público: onde o projeto será desenvolvido, a linguagem a que se refere (artes visuais, dança, musica, teatro, etc), sua proposta (experimental, popular, massiva, erudita, etc), entre outros.
Se o proponente conhecer seu público pode ainda detalhar aspectos como faixa etária, área de atuação, condições de vida, etc.

Resultados previstos

Apresentar os resultados a serem atingidos pelo projeto, os benefícios produzidos a partir da sua realização.
Atenção: Os resultados devem ser mensuráveis e revelar o alcance dos objetivos específicos.
Se possível apresentar dados quantitativos, como: número de espetáculos ou mostras, público atingido, cidades abrangidas, etc.
Como fazer: Volte ao item “objetivos” e tente traduzi-lo em resultados práticos ou produtos, que possam ser vistos ou experimentados. Busque resultados para cada objetivo específico, analisando os que, de fato, são viáveis de se concretizarem.

Estratégia de Ação

A estratégia de ação, ou memorial descritivo, ou base operacional, explica como o projeto será realizado, detalhando suas etapas.
Atenção: A estratégia de ação irá demonstrar a proximidade que o proponente possui com a linguagem do projeto e com a produção cultural. Este item deve apresentar uma coerência com o orçamento e com o cronograma.
Como fazer: Para elaborar a estratégia de ação volte aos itens “objetivos” e “resultados previstos” e liste todas as atividades que serão necessárias para atingi-los. Ordene as ações por etapa de realização e preveja o tempo de duração de cada uma. Liste também os profissionais envolvidas em cada etapa.

Cronograma

O cronograma situa no tempo as ações ou procedimentos necessários para a realização do projeto. Deve ser apresentado em forma de tabela, por itens e não em texto.
Atenção: Algumas ações são comuns a vários projetos, como: reserva do local de realização do projeto, impressão das peças gráficas, divulgação, inscrições, ensaios, montagem, estréia, pagamento de serviços e profissionais, prestação de contas, entre outros.
Em algumas ocasiões os editais e mecanismos de financiamento indicam um período de execução, o que significa que não se pode propor um cronograma que o extrapole.
Como fazer: O cronograma é conseqüência da “estratégia de ação”. Desenhe uma tabela contendo as etapas do projeto e seu período de execução (semana, quinzena ou mês).
O cronograma geralmente está dividido em pré-produção, produção e pós-produção, que significam, respectivamente, o momento prévio da execução do projeto, a sua execução de fato e o momento posterior.

Orçamento
O orçamento deve indicar todos os recursos financeiros necessários à execução do projeto, com valores unitários e totais.

Atenção: A maioria dos editais possui uma cota limite de financiamento. Caso o projeto extrapole o valor determinado, deverá comprovar a existência de outras fontes de financiamento. Neste caso, divida os totais em valor solicitado ao edital e valor total do projeto.
Como fazer: O orçamento também deve ser apresentado em forma de tabela, por itens e não em texto. Sugere-se que o orçamento pelo menos indique: item, valor unitário, quantidade e valor total. O valor total do projeto é a multiplicação de todos os itens anteriores.
Remeta-se às ações indicadas no cronograma e veja quais gastos estão implícitos em cada uma delas. Geralmente os projetos prevêem recursos para: pessoal e serviços; infra-estrutura e montagem; material de consumo; material gráfico; custos administrativos; comunicação e divulgação; impostos e taxas.

Plano de contrapartida
Deve indicar, com precisão, ações e atividades culturais a serem realizadas pelo proponente e demais envolvidos no projeto a título de contrapartida social.

Atenção: As ações e/ou atividades culturais indicadas devem estar articuladas com o projeto proposto e com as diretrizes da política cultural da instância a qual o projeto solicita financiamento.

Toda ação ou atividade cultural incide em um contexto econômico, social e político. Por esta razão, o proponente deverá pensar em como atuar neste contexto, tendo como princípio o compromisso cidadão.

Como fazer: Considere o público alvo indicado e proponha ações ou atividades que estimulem a participação do mesmo no projeto proposto ou que complementem ou potencializem os seus resultados.

Outras informações e Anexos

Fique atento a outras informações e anexos que podem ser solicitados.

Plano de Comunicação: indicar em quais veículos de comunicação o projeto será divulgado. Em outras palavras, o plano irá apresentar a publicidade, marketing e assessoria de imprensa do projeto. É possível formular um plano de comunicação alternativo, mais barato e eficiente se o proponente conhecer o seu público.

Plano de Cotas: quando o proponente estiver adaptando o seu projeto para a captação de recursos, deverá indicar cotas de patrocínio para que a empresa possa escolher. As cotas são níveis hierárquicos de parcerias: patrocínio, co-patrocínio, apoio, promoção, colaboração, etc. Para cada cota determine um custo e uma divulgação da marca diferenciados.

Ficha técnica: número de profissionais envolvidos, com respectivas funções.

Currículo: resumido do proponente e dos principais envolvidos no projeto, com ênfase na área cultural. É interessante ressaltar a experiência do proponente em temas relacionados aos editais, quando for o caso.

Carta de anuência: comprovando a participação dos profissionais envolvidos indicados na ficha técnica.

Material gráfico: folders, matérias de jornal, dvd’s, entre outros materiais que indiquem outros projetos do proponente.

EXERCÍCIO

Se junte a um grupo de pessoas que tenham experiência ou interesse na mesma área cultural que você – música, teatro, dança, artes visuais, literatura ou cultura popular. O grupo deve escolher um “projeto” para elaborar (pode ser um “projeto” que já exista ou o grupo pode criar um novo). Veja as possibilidades de atuação do seu projeto na tabela a seguir.

Sugestões
• Defina, em conjunto com seu grupo, quem será o artista (vai criar o projeto), o produtor (vai elaborar a parte conceitual), o administrador (vai elaborar o orçamento) e o responsável pela comunicação (vai pensar nas melhores formas de divulgar o projeto).
• Trabalhe a partir de uma idéia simples, de preferência em uma única área cultural, com um único produto – isso facilitará o entendimento do processo de elaboração.

ITENS DE UM PROJETO

Apresentação
• O que é o projeto?
• Qual sua missão?
• Quando e onde será realizado?
• Quem são os principais envolvidos e quais suas funções?
• Qual o público-alvo?

Justificativa
Em que contexto se insere?
Qual sua importância/oportunidade neste contexto?
Por que foi pensado e proposto?
Qual seu histórico?
Qual a experiência do proponente?
Qual o diferencial do projeto?
Já foram desenvolvidas outras ações para este público pelo proponente?

Objetivos
Que impacto se pretende causar com este projeto?
Que ações se pretende realizar para alcançar este impacto?

Público alvo
Onde vive?
Qual escolaridade?
Qual idade?
Qual gênero e classe social?
Qual sua relação com o projeto?
Qual estimativa da quantidade de público?

Resultados previstos
Quais serão as metas para cada um dos objetivos?
Quais são os benefícios culturais, sociais e econômicos?

Estratégia de ação
Qual a programação do projeto?
Como ele será realizado? Existem etapas distintas? Quais?
Quem são os responsáveis por cada etapa?

Cronograma
Quais ações culturais do projeto?
Como elas se dividem nas etapas?
Qual o período de cada etapa?

Orçamento
Qual o custo de cada etapa do cronograma?
Quais são as fontes previstas?
Quanto será solicitado a cada fonte?
Qual o valor total do projeto?

Plano de contrapartida
Quais são as contrapartidas?
Como serão realizadas?
Quando e onde?

Fundação Cultural da Bahia.

15 de maio de 2010

Viva o Bardallos

IBGE mostra que menos de 10% das cidades têm secretaria exclusiva de cultura IBGE -

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta (13) a Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2009.

A pesquisa traz dados sobre a Administração Municipal, Habitação, Esporte, Cultura, Segurança, Transporte, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Saúde e Políticas de Gênero. A primeira pesquisa foi realizada em 1999.

O questionário foi respondido por 5.565 prefeituras. O estudo constatou, por exemplo, a pouca atenção dada à cultura pelos municípios brasileiros.

Em 2009, apenas 9,4% dos municípios tinham secretaria exclusiva de cultura, e 1,9% tinha órgão da administração indireta para essa área. Em educação, menos de 50% das cidades possuem órgão exclusivo para a área.

Outro dado preocupante é referente à segurança pública: em 275 municípios os Guardas Municipais recebem menos que um salário mínimo.

A pesquisa também constatou que 95,1% dos municípios dispunham de equipes profissionais voltadas para a saúde da família. No entanto, 33,8% dos titulares dos órgãos gestores municipais de Saúde ainda não tinham curso superior completo.

9 de maio de 2010

Roteiro para elaborar um projeto

Dicas e orientações para transformar boas idéias em boas práticas. E um roteiro detalhado, em oito passos, para seu projeto

1 Por que elaborar projetos?

O termo projeto carrega o sentido de organizar idéias, pesquisar, analisar a realidade e desenhar uma proposta articulada com intencionalidade.

Os projetos sociais seguem essa lógica. São construções feitas por um grupo de pessoas que deseja transformar boas idéias em boas práticas. Tais projetos podem se transformar em ações exemplares que modificarão a realidade local.

Se, além de se constituírem em ações exemplares, os projetos se integrarem a ações de governo, municipais, estaduais ou da instância federal, poderão se replicar em escala maior, gerando, assim, políticas públicas cujos impactos para a coletividade serão maiores do que os projetos apenas locais.

Nos programas de governo, muitas vezes expostos em períodos de eleição, ouvimos candidatos e governantes dizerem que têm projetos para solucionar o problema do desemprego, da saúde, da educação etc. Em parte, isso é possível. Havendo um bom projeto, com recursos suficientes, bem monitorado e avaliado, vai se chegar aos objetivos preestabelecidos. Mas é preciso que o projeto seja bem elaborado, desde seus passos iniciais.

Nessas situações em que desejamos transformar insatisfação em solução, idéias em ações, boas intenções em propostas efetivas, sem desperdício de tempo e recursos, faz-se necessário elaborar um projeto que descreva o caminho a seguir. Caminho esse que deve ser trilhado com lógica e paixão.

2 Cuidados e recomendações

Durante o processo de elaboração de projetos, correm-se dois grandes riscos: o da onipotência e o da impotência.

Um grupo pode sentir-se onipotente quando se considera com possibilidade de transformar, sozinho, os problemas sociais existentes em um bairro ou cidade. É o perigo do voluntarismo.
Seu oposto é a impotência. Sabendo ser difícil ou mesmo impossível resolver, isoladamente, os problemas encontrados, o grupo julga não poder fazer nada e desiste de buscar soluções criativas.
Esses dois grandes riscos freqüentemente têm como raiz pelo menos três fatores. O primeiro deles é o diagnóstico superficial sobre o espaço e o contexto nos quais o grupo atua. O segundo reside na análise inconsistente da viabilidade social, política, técnica, financeira, ambiental ou cultural do projeto. O último, a má distribuição de papéis e responsabilidades, de modo a centralizar o poder em uma única pessoa ou a diluí-lo, dificultando a constituição de líderes.

Na prática, existem alguns problemas a ser superados quando se quer estabelecer resultados concretos e custos efetivos em projetos sociais que lidam com processos de melhoria das condições de vida e com a promoção dos direitos humanos. Para superá-los é necessário construir um caminho baseado em resultados ou metas, organizado no tempo planejado, executado e monitorado. Sobretudo, não se deve parar nas boas intenções, mas transformá-las em obras.

3 Sugestões para elaboração de projetos

Criar um projeto supõe dois importantes momentos:

1º Elaboração: O grupo deve realizar um bom diagnóstico sobre o contexto e a situação problemática que pretende enfrentar e analisar o seu potencial para, em seguida, construir o seu caminho. É preciso que todas as pessoas envolvidas participem diretamente na fase de elaboração, buscando criar uma visão ampla do problema a ser enfrentado e soluções criativas para a sua viabilidade.

2º Redação: Este é um momento de exercício de síntese do processo anterior. Nele, é melhor contar com poucas pessoas do grupo. Tudo o que foi produzido anteriormente será agrupado em um roteiro que demonstre, de modo objetivo, o que será realizado.

Oito passos para elaborar um projeto

1º passo: Definir qual grupo elabora o projeto. Determinado o grupo, se verificará com quantas pessoas será possível contar efetivamente para realizá-lo, ou seja, qual o poder real ou o “tamanho das pernas que o grupo tem”.

2º passo: Montar duas listas paralelas. Uma deve listar os problemas que o grupo pretende superar e outra apontar soluções. É imprescindível que os problemas sejam concretos e observáveis. Eles devem ser formulados com clareza. Por exemplo, na lista dos problemas deve constar: “Poucas alternativas de cultura e lazer para jovens da Vila Nova Cachoeirinha”. Na lista das soluções: “Alternativas de cultura e lazer acessíveis para jovens da Vila Nova Cachoeirinha”.

3º passo: Escolher o problema principal. Dentre todos os listados, o grupo deve saber por onde começar, escolhendo o problema principal a partir de vários critérios. Um deles é o impacto negativo que o problema causa para a comunidade ou escola. Outro critério é a capacidade do grupo para resolver o problema. Neste caso, pode ser que o grupo resolva iniciar o projeto justamente por aquele cuja solução seja mais fácil e rápida.

4º passo: Montar uma árvore com o problema escolhido, suas causas e conseqüências. As causas do problema estão no que o origina e o mantém, ou seja, estão em sua raiz. As conseqüências são os danos provocados. Perceber a diferença entre causas e efeitos ajuda o grupo a não gastar recursos financeiros e a não desperdiçar tempo apenas com as conseqüências.

5º passo: Definir objetivos gerais e específicos. Os resultados previstos devem conter indicadores, fatores de risco e um plano de ação, como mostram as descrições seguir:

1. Os objetivos específicos

São eles que representam a finalidade do projeto em questão. São degraus para chegar ao topo da escada, ao objetivo geral. Eles indicam o caminho a ser percorrido.

2. Resultados ou metas

São tangíveis e correspondem aos produtos finais de um conjunto de atividades em um certo período. Quantificam as atividades que serão desenvolvidas, bem como sua intensidade. Qualificam o jeito que pelo qual o projeto será realizado, os valores que o grupo quer imprimir. Exemplo: dez atividades (quantificar as atividades) de manejo sustentável (qualificar o tipo de manejo).

3. Indicadores para o monitoramento dos resultados

São os sinais de que o grupo está perseguindo os resultados a que se propôs.

4. Fatores de risco

São obstáculos com os quais o grupo deverá conviver, sejam eles políticos (um grupo poderoso pode estar contra o projeto), culturais (mentalidade de desperdício de recursos, preconceitos etc.) que fogem ao controle do grupo, mas podem dificultar a realização do projeto. Desenhar ações para minimizar esses fatores de risco.

5. Plano de ação

Descreve o que precisa ser feito para se chegar aos resultados pretendidos. Envolve o conjunto de ações, com os respectivos prazos, as pessoas responsáveis e os recursos necessários.

6º passo: Análise de viabilidade do projeto. Antes de colocar um projeto em prática, é preciso verificar se o grupo pode fazer o que propõe. Para isso é importante levar em consideração seis aspectos: a viabilidade econômica, social, política, técnica, ambiental, de gênero e étnico-cultural.

Viabilidade econômica

Considere o custo total do projeto. Verifique se a soma dos recursos de que dispõe mais o que poderá captar cobre os custos do projeto.

Viabilidade social

Analise os atores sociais envolvidos, indivíduos ou organizações que terão seus interesses afetados positiva ou negativamente pelo projeto.

Viabilidade política

Certifique-se de quais são as pessoas, os grupos e as instituições que apóiam o projeto. Se houver obstáculos políticos ou legais, preveja ações para superá-los.

Viabilidade técnica

Explicite as técnicas que serão utilizadas e considere se o grupo dispõe dessas tecnologias.

Viabilidade ambiental

Analise se o projeto agride o meio ambiente.

Viabilidade de gênero, étnica e cultural

Analise se há algum padrão cultural que pode dificultar a realização do projeto, seja ele na relação homem com mulher, relações étnico-raciais ou culturais.

7º passo: Cronograma de trabalho. Planeje uma data de início e término do projeto. Defina os meses em que acontecerão as atividades preparatórias, de execução, atividades de monitoramento e de avaliação.

8º passo: Orçamento detalhado das despesas. Calcule o custo da equipe de trabalho, a infra-estrutura e o material necessário. É sempre bom reservar recursos para gastos com despesas imprevistas.

Como fazer a redação do projeto

O projeto poderá ser sintetizado em cinco grandes itens:

1) Abertura
Nesta página devem constar o título do projeto (que expressa sua idéia central), o nome e a sigla da instituição proponente, a data e o endereço. E um resumo sobre: objetivo geral, objetivos específicos, resultados previstos, atividades, indicadores, beneficiários e custos.

2) Justificativa
Ressaltará a importância do projeto. Informará os problemas que o projeto resolverá no contexto em que está situado. Relacionará o problema aos âmbitos nacional, estadual e local. Demonstrará como as políticas públicas tratam esse problema. Caracterizará os beneficiários diretos e indiretos e grupos que têm interesses em relação ao projeto.

3) Metodologia e lógica da intervenção
Detalhará o objetivo geral, objetivo específico, resultados esperado, indicadores e o plano de ação. Também inclui a descrição das iniciativas que serão tomadas para monitorar e minimizar os fatores que podem pôr o projeto em risco.

4) Orçamento

5) Anexos
Podem ser considerados textos anexos o diagnóstico, as informações relevantes sobre o contexto em que se realizará o projeto e as informações adicionais sobre os proponentes do projeto.

Marcos José Pereira da Silva
Carta na Escola
Visite este blog: http://elaborarprojetocultural.blogspot.com

Da-lhe Dilma

Gustavo Vidigal

Gustavo Vidigal – Investimento público em cultura
Por Blog Acesso

A pesquisa Presença do Estado no Brasil: federação, suas unidades e municipalidades , lançada em 2009, comprovou aquilo que se intuía: faltam aparelhos culturais públicos em diversos municípios brasileiros. Entre outros aspectos, os indicadores revelam que cerca de 2.953 municípios não contam com espaços públicos de promoção da cultura, como centros culturais e museus. E, por mais que o governo invista em bens e práticas culturais, a distribuição destes ainda é desequilibrada, não contemplando boa parte dos brasileiros, o que também revela o desafio de gerar políticas públicas em um país de proporções continentais.
Dando continuidade à pauta de investimento cultural, que teve início com um mapeamento do setor privado, o blog Acesso entrevistou o Secretário-executivo adjunto do Ministério da Cultura, Gustavo Vidigal, que reflete sobre o investimento público em cultura no Brasil, sua distribuição, meandros e mecanismos de atuação.
Acesso – Foi anunciado que, em 2010, o Fundo Nacional de Cultura (FNC), braço do Procultura, terá mais de R$ 800 milhões para investimento em produção cultural. Como será feita a distribuição deste montante?
Gustavo Vidigal – Para ampliar a eficiência da destinação dos recursos, serão criados oito fundos setoriais além do fundo de audiovisual, já existente, que será incorporado ao FNC. A solução se baseia em experiências como a do Fundeb, do Ministério da Educação, a dos fundos setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia e a do Fundo Setorial do Audiovisual, do MinC. Os novos fundos devem trabalhar o fomento à produção, circulação, formação, gestão pública e empresarial, instalação de equipamentos, crítica, acervos, pensamento e reflexão sobre cada um dos segmentos. Em 2010, o novo Fundo Nacional de Cultura ganha centralidade no fomento, repassando 30% de seus recursos para Estados e municípios, que só poderão investir em cultura e arte.
Acesso – Quanto do investimento em cultura é revertido para a educação e capacitação dos profissionais do setor?
G.V. – Não temos um número exato, mas existe o Programa de Capacitação em Projetos Culturais, que teve início em 2008, promovido pelo Ministério da Cultura, por meio das Secretarias de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/MinC) e de Políticas Culturais (SPC/MinC), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Instituto Itaú Cultural (IC). O Programa ministra oficinas presenciais, gratuitas, em todas as capitais das regiões Nordeste e Norte, atingindo mais de mil agentes culturais dos setores público e privado. A intenção é qualificar a demanda no setor cultural e difundir conteúdos, práticas e abordagens que ofereçam base para a elaboração de projetos culturais alinhados às políticas públicas e a parcerias e apoios diversificados.
Acesso – Com relação à disseminação de conhecimentos sobre cultura para a população de uma forma geral, há alguma política de investimento estabelecida?
G.V. – O Ministério da Cultura criou nesta gestão a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID), responsável pelo Programa Identidade e Diversidade Cultural: Brasil Plural, primeiro conjunto de políticas públicas do gênero no País. Seu principal objetivo é garantir a grupos e redes de agentes culturais responsáveis pela imensa diversidade de expressões culturais brasileiras o acesso aos recursos para o desenvolvimento de suas ações.
Acesso – O Ministério tem algum tipo de controle em relação ao orçamento investido?
G.V. – O MinC, como os demais órgãos do Executivo, encaminha anualmente à Controladoria-Geral da União e ao Ministério do Planejamento sua prestação de contas, parte integrante do Balanço Geral da União/Prestação de Contas do Presidente da República.
Acesso –Existem dados consolidados sobre a ampliação do investimento em cultura em cada região do País?
G.V. – Somente a partir de 2003, o orçamento do Ministério da Cultura entra em uma curva estável de crescimento. Antes disso, havia uma oscilação constante nos valores disponibilizados pelo governo federal para financiar as atividades do setor, com uma variação de R$370,8 milhões a R$533,4 milhões, nos anos de 1995 a 2002. Entre 2003 e 2009, o orçamento do MinC começa a evoluir, dentro de uma faixa de R$ 373,9 milhões a R$ 1,2 bilhão. Com recursos da ordem de R$ 2,2 bilhões, o orçamento deste ano, equivale a 1% da arrecadação de impostos da União, principal fonte de recursos do governo federal.
Acesso – De que forma o Procultura pode contribuir para uma distribuição igualitária do investimento entre as regiões brasileiras?
G. V. – Na Lei Procultura são considerados os investimentos que contribuem com regiões ou áreas da cultura que têm recebido pouco ou nenhum auxílio por meio da renúncia fiscal.
Acesso – Qual a importância do Procultura para o processo de democratização cultural?
G.V. – Hoje, além dos incentivos fiscais da Lei Rouanet, os patrocinadores ainda podem lançar, em suas declarações de renda, os custos do projeto cultural como despesa operacional da empresa, obtendo deduções adicionais de cerca de 30% sobre o valor do projeto. No projeto de lei do Procultura, esse mecanismo é mantido, mas os objetivos centrais passam a ser: ampliar os recursos de fomento da área e diversificar os mecanismos de financiamento, de forma a desenvolver uma verdadeira Economia da Cultura no Brasil.
Acesso – Que outros pontos diferenciam o Procultura da Rouanet?
G. V. – Em linhas gerais, as principais novidades são: a renovação do Fundo Nacional de Cultura (FNC), reforçado e dividido em nove fundos setoriais; a diversificação dos mecanismos de financiamento; o estabelecimento de critérios objetivos e transparentes para a avaliação das iniciativas que buscam recursos; o aprofundamento da parceria entre Estado e sociedade civil para a melhor destinação dos recursos públicos; e o estímulo à cooperação federativa, com repasses a fundos estaduais e municipais. A nova lei transforma o Fundo Nacional de Cultura (FNC) no mecanismo central de financiamento ao setor, criando formas mais modernas de fomento a projetos. Garante-se, assim, que os recursos cheguem diretamente aos proponentes, sem intermediários e com maior participação da sociedade, por meio da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que dará origem a comissões setoriais.
Acesso – O senhor poderia explicar o que são esses fundos setoriais?
G. V. – Em 2010, como parte de um processo de transição, o Ministério da Cultura se prepara para a implementação da nova lei. O FNC, por exemplo, recebeu dotação orçamentária recorde, acima de R$ 800 milhões, e fará repasses a fundos estaduais e municipais, impulsionando a cooperação federativa. Dentro do FNC serão criados oito fundos setoriais: das Artes Visuais; das Artes Cênicas; da Música; do Acesso e Diversidade; do Patrimônio e Memória; do Livro, Leitura, Literatura e Humanidades, criado por lei específica; de Ações Transversais e Equalização; e de Incentivo à Inovação do Audiovisual. Eles se somam ao já existente Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Acesso – O que falta ao Brasil para que seus bens e práticas culturais se tornem sustentáveis?
G.V. – A dimensão econômica da cultura tem sua expressão mais bem definida quando se usa uma teoria de valoração que se aplica primeiramente na teoria econômica, mais especificamente na microeconomia. Quando se atribui valor a um bem cultural, o primeiro passo é distingui-lo entre um caráter potencialmente privado, no qual demanda e oferta se aplicam intrinsecamente; e um caráter público, que gera presença de externalidades na sociedade e sem um preço definido pela lei de mercado. Geralmente, o conteúdo simbólico é fator determinante ao se valorar tais bens. Há, também, a presença de bens mistos, como, por exemplo, a pintura de Van Gogh. Esta pode ser vendida e comprada como um objeto de arte e, ao mesmo tempo, é detentora de conteúdo simbólico na história da arte, gerando externalidades para o público em geral, historiadores, amantes de arte, etc. No que concerne aos bens culturais, o preço não representa um indicador chave no valor econômico. Esta situação complexa é resolvida, nos dias de hoje, de forma simples. É aceitável, por exemplo, o uso de estatísticas de mercado, como o volume transacionado de música, a renda auferida de cinema, o público consumidor, entre outras, para se caracterizar um valor econômico do bem em questão – nem sempre determinado de forma explícita, porém como uma variável aproximada.
Acesso – E quanto aos bens culturais públicos?
G V. – Tratando-se de bens culturais públicos, o uso de procedimentos de medidas econômicas se torna, mais uma vez, possível. Tais bens são providos, na maior parte, pelo governo e têm valor intangível, alcançando um espectro que ultrapassa o lado econômico, gerando externalidades também presentes na esfera social. O aumento da qualidade de vida se faz presente quando o Estado provê tais bens. Um exemplo clássico é a revitalização do patrimônio histórico de uma cidade. Com o passar do tempo, os cidadãos do local cujo patrimônio foi revitalizado começam a usufruir de melhor saneamento, limpeza das ruas, iluminação pública e, condizente a esse processo, melhorias econômicas.
Acesso – Hoje, a economia da cultura representa 5% da economia nacional, mas quem alimenta essa economia é uma pequena parcela da população. Quais os planos do governo para que as regiões em que o investimento cultural é escasso participem do crescimento do PIB da cultura?
G.V. – Creio que isso será possível por intermédio da nova lei de fomento e incentivo à cultura. O desenvolvimento da economia da cultura exige mecanismos diversificados de fomento, diferentes da política de apoio via leis de incentivo fiscal. É preciso formular ações integradas e contínuas que enfrentem os principais gargalos do setor. Implantar uma estratégia para esse setor – envolvendo financiamento, legislação, capacitação e regulação – é um desafio imediato para aproveitar oportunidades geradas pelas novas tecnologias que estão alterando modelos de negócio e formas de acesso a mercados. Esse desafio envolve Estado, entidades setoriais e iniciativa privada e requer a propriedade intelectual, que é, sem dúvida, um dos grandes ativos da Economia da Cultura. Porém, muitos segmentos economicamente dinâmicos, como o das festas populares, não são necessariamente geradores de propriedade intelectual.
Priscila Fernandes e Laís Nitta / blog Acesso

7 de maio de 2010

DIZ TUDO!

Dia do Artista Plástico será comemorado com programação especial


Tela de Marcellos Bob
Dia do Artista Plástico será comemorado com programação especial
Fundação José Augusto inicia atividades nesta sexta (7) com a abertura de uma exposição em homenagem aos 80 anos de Dorian Gray.

O Governo do Estado, através da Fundação José Augusto preparou uma programação cultural especial alusiva ao dia do Artista Plástico e ao dia do Pintor que se comemora em 8 de maio (sábado).

As comemorações começam já nesta sexta-feira (7), com a abertura de uma exposição em homenagem aos 80 anos do artista plástico potiguar Dorian Gray, às 19h30 no Palácio da Cultura, e prosseguem durante todo o sábado com a realização de oficinas, manifestações artísticas e show no Beco da Lama.

A exposição “Dorian Gray – acervo do artista” é uma homenagem especial ao pintor, tapeceiro, gravador, e muralista que este ano, celebra 80 de vida e 60 de atividades artísticas. Na abertura, o poeta e escritor Paulo de Tarso Correia de Melo fará uma homenagem ao artista potiguar. A mostra apresenta 25 obras do acervo particular de Dorian Gray, datadas a partir dos anos 50, entre estas, obras que fizeram parte da sua primeira exposição individual.

Evento:
Exposição: Dorian Gray - acervo do artista
Local: Palácio da Cultura - Praça Sete de Setembro - Centro
Data: 7 de maio (abertura) a 31 de julho
Hora: 19h30.

Programação 8 de maio (sábado)
9h - Oficina de capacitação para os editais de artes visuais da FUNARTE.
11h - Galeria Aberta - Beco da Lama (Os artistas,Marcelo Fernandes, Assis Marinho, Gilson Nascimento, Franklin Serrão, Marcelus Bob, Fábio Eduardo, Valderedo e Thiago Vicente pintarão uma tela com o tema: Centro Histórico de Natal. Estas telas irão depois para o acervo da Pinacoteca do Estado.
18h - Abertura da exposição “Galeria Aberta”, com show da banda DuSouto no BARDALLOS
Fonte: nominuto.com

6 de maio de 2010

GRUPO ESTANDARTE DE TEATRO


GRUPO ESTANDARTE DE TEATRO APRESENTA:

*UMA COISA QUE NÃO TEM NOME*. INSPIRADO NA OBRA "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA" DE
JOSÉ SARAMAGO.
DIAS: 08 e 09 DE MAIO DE 2010
HORÁRIO: 18H e 20H
LOCAL: CENTRO DE FORMAÇÃO E PESQUISA TEATRAL (Av. SALGADO FILHO. VIZINHO AO
AEROCLUBE).
VALOR: 10 REAIS (PREÇO PROMOCIONAL). Apenas 20 ingressos disponíveis para
cada seção.
Ingressos à venda no local e pelo nº (84) 9985-9307.
Ajude na divulgação mande mensagens e scraps para seus amigos.

Mais informações sobre o grupo e o espetáculo confira no nosso site:
http://www.grupoestandarte.com.br/online/

5 de maio de 2010

"Caymmi, Capiba e Gonzaga"

Uma Voz lírica, um violão popular e um repertório de pérolas nordestinas.



Após quase cinco anos na capital francesa, o duo Alzeny Nelo e Sérgio Farias faz sua estréia oficial nesta quarta e quinta-feira no TCP (Teatro de Cultura Popular) com o show intitulado "Caymmi, Capiba e Gonzaga". A proposta é levar ao público a música do nordeste em uma formação mais camerística evidenciando assim a riqueza singular de cada compositor através de timbres, ritmos e harmonias inerentes a cada estilo.

Contando com a especial participação do percussionista Dudu Campos, o show traz três ícones da nossa música brasileira: Dorival Caymmi, Capiba e Luiz Gonzaga. Revelando aspectos menos conhecidos destes compositores em versões e arranjos para voz, violão e percussão o show mistura o jazz, o ritmo brasileiro e o lirismo entrelaçados pela narração de belos versos cheios de mar e sertão. O roteiro é assinado pelo professor doutor em letras da UFRN Carlos Braga e terá participações dos músicos Antônio de Pádua (trompete e violão 7 cordas), Fábio Presgrave (violoncelo) e do cantor Manassés Campos.





SERVIÇO:

Datas: 05 e 06 de maio às 20h30

Local: Teatro de Cultura Popular - TCP

(Anexo da Fundação José Augusto)

Rua Jundiaí, 641, Tirol

Ingressos no local: R$ 20,00 Meia: R$10,00

Informações: 9144-0639

1 de maio de 2010

CHICO BUARQUE DIRETO DE PARIS CAROS

CHICO BUARQUE DIRETO DE PARIS
CAROS AMIGOS
por Ailton Medeiros

Os jornalistas Daniel Cariello e Thiago Araújo entrevistaram Chico Buarque para a revista “Brazuca”. A conversa foi em Paris onde o artista tem um apartamento próximo ao Hotel de Ville. Alguns trechos:

E o que você acha da entrevista recente do Caetano Veloso, onde ele falou mal do Lula e depois acabou sendo desautorizado pela própria mãe?

Nossas mães são muito mais lulistas que nós mesmos. Mas não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época, nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença.

Falando de encontros geniais, você tem uma foto com o Bob Marley. Como foi essa história?

Foi futebol. Ele foi ao Brasil quando uma gravadora chamada Ariola se estabeleceu lá e contratou uma porção de artistas brasileiros, inclusive eu, e deram uma festa de fundação. O Bob Marley foi lá. Não me lembro se houve show, não me lembro de nada. Só lembro desse futebol. Eu já tinha um campinho e disseram “vamos fazer algo lá para a gravadora”. Bater uma bola, fazer um churrasco, o Bob Marley queria jogar. E jogamos, armamos um time de brasileiros e ele com os músicos. Corriam à beça.

Vocês fumaram um baseado juntos?

Não. Dessa vez eu não fumei.

Você é fanático por futebol?

Não sou fanático por nada. Mas eu tenho muito prazer em jogar futebol. Em assistir ao bom futebol, independentemente de ser o meu time. Quando é o meu time jogando bem, é melhor ainda, pois eu consigo torcer. Agora mesmo, no Brasil, tinha os jogos do Santos.

Mas eu vou menos aos estádios. Eu não me incomodo de andar na rua, mas quando você vai a alguns lugares, tem que estar com o cabelo penteado, tem que estar preparado para dar entrevistas. Aqui, eu estou dando a minha última (risos). Aqui, é exclusiva. Fiz pra Brazuca e mais ninguém. Eu quero ver o pessoal jogar bola. Então eu vejo na televisão. E quando não estou escrevendo, aí eu vejo bastante.

É verdade que um dia o Pelé ligou na sua casa, lamentando os escândalos políticos no Brasil, e disse “é, Chico, como diz aquela música sua: ‘se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão’”?

É verdade (risos). Eu falei “legal, Pelé, mas essa música não é minha”. O Pelé é uma grande figura. Nós gravamos um programa juntos. Brincamos muito. Conheci o Pelé quando eu fazia televisão em São Paulo, na TV Record, e me mudei para o Rio. Os artistas eram hospedados no Hotel Danúbio, em São Paulo. O mesmo onde o Santos se concentrava. Então, eu conheci o Pelé no hotel. E sempre que a gente se encontra é igual, porque eu só quero falar de futebol e ele só quer saber de música. Ele adora fazer música, adora cantar, adora compor. Por ele, o Pelé seria compositor.

E você, trocaria o seu passado de compositor por um de jogador?

Trocaria, mas por um bom jogador, que pudesse participar da Copa do Mundo. Um pacote completo. Um jogador mais ou menos, aí não.

Pra finalizar. Se você fosse escrever uma carta para o seu caro amigo hoje, o que você diria?

Volta, que as coisas estão melhorando!
CAROS AMIGOS
Enviado em 30/04/10 às 10h57min por Ailton Medeiros

Os jornalistas Daniel Cariello e Thiago Araújo entrevistaram Chico Buarque para a revista “Brazuca”. A conversa foi em Paris onde o artista tem um apartamento próximo ao Hotel de Ville. Alguns trechos:

E o que você acha da entrevista recente do Caetano Veloso, onde ele falou mal do Lula e depois acabou sendo desautorizado pela própria mãe?

Nossas mães são muito mais lulistas que nós mesmos. Mas não sou do PT, nunca fui ligado ao PT. Ligado de certa forma, sim, pois conheço o Lula mesmo antes de existir o PT, na época do movimento metalúrgico, das primeiras greves. Naquela época, nós tínhamos uma participação política muito mais firme e necessária do que hoje. Eu confesso, vou votar na Dilma porque é a candidata do Lula e eu gosto do Lula. Mas, a Dilma ou o Serra, não haveria muita diferença.

Falando de encontros geniais, você tem uma foto com o Bob Marley. Como foi essa história?

Foi futebol. Ele foi ao Brasil quando uma gravadora chamada Ariola se estabeleceu lá e contratou uma porção de artistas brasileiros, inclusive eu, e deram uma festa de fundação. O Bob Marley foi lá. Não me lembro se houve show, não me lembro de nada. Só lembro desse futebol. Eu já tinha um campinho e disseram “vamos fazer algo lá para a gravadora”. Bater uma bola, fazer um churrasco, o Bob Marley queria jogar. E jogamos, armamos um time de brasileiros e ele com os músicos. Corriam à beça.

Vocês fumaram um baseado juntos?

Não. Dessa vez eu não fumei.

Você é fanático por futebol?

Não sou fanático por nada. Mas eu tenho muito prazer em jogar futebol. Em assistir ao bom futebol, independentemente de ser o meu time. Quando é o meu time jogando bem, é melhor ainda, pois eu consigo torcer. Agora mesmo, no Brasil, tinha os jogos do Santos.

Mas eu vou menos aos estádios. Eu não me incomodo de andar na rua, mas quando você vai a alguns lugares, tem que estar com o cabelo penteado, tem que estar preparado para dar entrevistas. Aqui, eu estou dando a minha última (risos). Aqui, é exclusiva. Fiz pra Brazuca e mais ninguém. Eu quero ver o pessoal jogar bola. Então eu vejo na televisão. E quando não estou escrevendo, aí eu vejo bastante.

É verdade que um dia o Pelé ligou na sua casa, lamentando os escândalos políticos no Brasil, e disse “é, Chico, como diz aquela música sua: ‘se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão’”?

É verdade (risos). Eu falei “legal, Pelé, mas essa música não é minha”. O Pelé é uma grande figura. Nós gravamos um programa juntos. Brincamos muito. Conheci o Pelé quando eu fazia televisão em São Paulo, na TV Record, e me mudei para o Rio. Os artistas eram hospedados no Hotel Danúbio, em São Paulo. O mesmo onde o Santos se concentrava. Então, eu conheci o Pelé no hotel. E sempre que a gente se encontra é igual, porque eu só quero falar de futebol e ele só quer saber de música. Ele adora fazer música, adora cantar, adora compor. Por ele, o Pelé seria compositor.

E você, trocaria o seu passado de compositor por um de jogador?

Trocaria, mas por um bom jogador, que pudesse participar da Copa do Mundo. Um pacote completo. Um jogador mais ou menos, aí não.

Pra finalizar. Se você fosse escrever uma carta para o seu caro amigo hoje, o que você diria?

Volta, que as coisas estão melhorando!