30 de setembro de 2009

Paulo Freire, 88: a memória possível diante do esquecimento programado

Luiz Roberto Alves*



Neste dia 19 de setembro o educador Paulo Freire completaria 88 anos, pois nascera em 19 de setembro de 1921. Na semana dedicada à democracia, nada melhor do que associar o tempo do mestre ao tempo da cultura democrática.



Aquele que o filósofo Roger Garaudy chamara (nos anos 70) de “o maior pedagogo do nosso tempo” está justamente esquecido pelas rodas oficiais contemporâneas, educacionais e políticas. Não, não se trata de engano... O advérbio justamente foi usado com intenção.. Paulo Freire é pensador da sociedade liberada, autônoma e autonomizadora de todos os homens e mulheres, adultos e jovens. Portanto, nesta passagem globalizante em que se obedece a dogmas e doutrinas de mão única e na qual milhões (ou bilhões) de mentes e corpos se conformam no interior da espiral informativa transformada em mito de interesse, o mestre não poderia ser lembrado e vivido em suas idéias e propostas. Há coerência no esquecimento, pois sua lembrança deveria significar seu enquadramento. Quem o lê, no entanto, sabe que o mestre não é “enquadrável”. Provavelmente, seus textos e falas nos apoiarão quando dermos novo passo nas leituras de palavra e mundo que nos lancem para fora da presente fornalha política, que também é fornalha ecológica.



Convém, pois, considerar fenômenos do momento vivido nos vários continentes. Em primeiro lugar, o acúmulo da informação de base tecnológica, o esgarçamento dos territórios de convivência e dialogia social e a fortíssima repressão da insegurança unem-se para tornar opaca a importância da educação não-direcionada e não-adestradora. A liberdade, por sua vez, é quase um pecado na sociedade do terror-sedução e os atos de aprendizado de educandos e educadores (que são para Paulo Freire a base da ação cultural) tanto se enfraquecem pela ruptura – e incultura - dos (des)encontros como são mediados por uma parafernália tecnológica capaz de deslocar significados segundo os interesses de plantão. Em decorrência, fica problematizada a leitura de mundo e a leitura da palavra, seguida pelo agravamento da disputa econômica dos mercados da cultura, que determinam as leituras e os suportes de leitura. Nesse panorama, a educação entendida como construção transformadora do ser e da sociedade pode perder o seu sentido, sua ontologia, visto que perde tanto referências como significação para os projetos de segurança, para a maquinaria eletrônica, para o adestramento pragmático. Sabemos que a educação poderia conter essas realidades e trabalhar com elas, mas jamais perder-se nelas. Pior é que essa perda de sentidos implica perda de orçamentos do Estado e da razão social do fenômeno educativo nos diversos espaços políticos em que são tomadas decisões. Isto é, a educação perde substância política. Urge, pois, a construção e/ou reconstrução do melhor antídoto para a perda de sentidos da educação, isto é, a pedagogia desenhada e vivida em Paulo Freire.



Cabe, por isso, garantir a memória, sinalizar, construir índices dos sentidos da obra político-pedagógica que percorreu todos os continentes e cujos ensinamentos motivaram pessoas, grupos e organizações a empreenderem múltiplas ações culturais pela liberdade, tais como projetos de alfabetização, construção de círculos de cultura, reflexões libertadoras de jugos militares e outros movimentos de emancipação.



Reconhece-se, no entanto, que a cantilena de mão única, o monocórdio liberal já era envolvente e sedutor mesmo na década de sua morte (1997). No último livro publicado em vida, 1996, Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire enfrenta o cenário que o faria esquecido. De imediato, vê que está diante de novidades condicionadas e determinadas pelo neo-liberalismo vitorioso. O interessante é que ele se sente, depois de décadas de amor e rebeldia, enfurecido. E o diz, já nas primeiras páginas: “ Daí a crítica permanentemente presente em mim à malvadez neoliberal, ao cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia.” (...) Daí o tom de raiva, legítima raiva, que envolve o meu discurso quando me refiro às injustiças a que são submetidos os esfarrapados do mundo.”



Ocorre que Freire foi capaz de descobrir o objeto de sua ira. Ao contrário de muitos de nós, hoje, não caiu na tentação sedutora de tergiversar sobre a geléia geral contemporânea, na qual desemprego, marginalização, analfabetismo e outros reconhecidos males tornam-se fatalidades tornadas naturais no processo modernizador e na mudança dos modos de produção. Ele não se enganou. Por isso, seu pequeno livro retoma temas caros das obras anteriores, mas fortalece a tonalidade, numa ação diretamente oposta ao enfraquecimento natural do corpo. Seu espírito eleva-se na marcação do valor dialogal do ato de ensinar e aprender, direito e dever tanto de professores como de alunos/as, bem como não dá lugar a meias-medidas quando assevera que é um ato ético o de não acreditar que o professor pode “transferir conhecimento ao aluno”. Ao contrário, insiste no diálogo. E o entende assim: “ A dialogicidade não nega a validade de momentos explicativos, narrativos em que o professor expõe ou fala do objeto. O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles é dialógica. Aberta, curiosa, indagadora e não apassivada...”



Há um texto da obra póstuma de Paulo Freire, Pedagogia dos Sonhos Possíveis, 2001, p. 204, organizada por Ana Maria Freire, que é símbolo de método e conteúdo para projetos arrojados de educação contínua e de gestão social. Dirigida ao educador, à educadora, de fato a mensagem alcança toda a vida social. Um conjunto de palavras-gestos capazes de mudar a economia, a política e a cultura. Daí o risco de seu próprio esquecimento no tempo presente. Esta página vai aqui lida e parafraseada, como o apelo e o sonho do mestre – que deveriam ser nossos - para que não percamos o bonde da história neste momento que desafia o Brasil. São cinco pontos, síntese de sua experiência. Assim, quem educa, ou faz política, deve:



A. Respeitar todas as pessoas envolvidas na ação educacional e política em sua identidade cultural e de classe. Portanto, não considerar ninguém como massa, beneficiado ou necessitado, mas sim sujeito da história local e do grupo com que compartilha um destino. Mudar, pois, plenamente, a ótica da gestão de política.

B. Considerar os saberes da experiência e torná-los vividos/convividos, por meio da opinião, crítica, escolha, juízo e opção. Os envolvidos em qualquer projeto ou programa devem ter o direito de se apropriarem dos conhecimentos e se educarem mutuamente. Em conseqüência, não criar ordens que sejam vistas pela ótica do emissor, mas do receptor. Também não dar preferência às leis em si; ao contrário, considerar as suas conseqüências na vida cotidiana das pessoas e grupos sociais.

C. Trazer à tona, para discussão coletiva, todas as questões, por mais delicadas que sejam, a fim de que o espírito crítico e a participação permitam a tomada de decisões compartilhada. E que as mais altas autoridades conheçam detidamente todos os fatos, problemas e contradições, para evitar o engano e a burla.

D. Pensar continuamente a própria prática, o que significa um processo de avaliação criador de atitude crítica, indispensável para a seqüência de novas práticas e novos avanços. Alterar toda a modernidade/modernização de aparência e colocar o tempo presente a serviço do que as maiorias consideram indispensável, vital, ético.



Paulo Freire viu nas pessoas que narraram suas histórias e nos que contaram e leram a vida os sentidos de crescimento de consciência e impulso do amor. O Brasil que localizou em 1960, 1980 e 1990 continuou exigindo posturas fundamentais: crítica sempre mais funda e amor ao diálogo. A primeira atitude verticaliza o senso de injustiça e busca mudar até as últimas conseqüências; a outra abre-se a horizontes em que sempre cabe mais um, em que jamais se excluem direitos, onde nunca há descartáveis sociais. No cruzamento, dar-se-á a revolução pacífica, pedagogicamente trabalhada pelos que se reconheceram “gente mais gente” e que resolveram “eticizar” a vida.



*Luiz Roberto Alves, professor e pesquisador da Universidade Metodista e da Universidade de São Paulo. Coordenador da Cátedra de Gestão de Cidades da UMESP.

29 de setembro de 2009

Ribeira das Artes continua bombando!

Informações sobre a II Conferência Nacional de Cultura

O Ministério da Cultura disponibiliza um Blog onde os principais documentos estão disponíveis: http://blogs.cultura.gov.br/cnc/.

Data limite para realização da Etapa Municipal: 31 de outubro de 2009.

Convocação:
Através de Decreto – modelo em anexo.
O decreto deverá ser enviado a Comissão Organizadora Nacional até 10 (dez) dias após sua publicação, bem como o regimento interno - e-mail: conferencia.cultura@cultura.gov.br.

Importante: No decreto de convocação é necessário constar “Etapa Integrante da II Conferência Nacional de Cultura”.

Prazo para Convocação:
O Executivo municipal tem até o dia 30 de setembro para publicar o decreto de convocação da Etapa Municipal.
Após este prazo fica autorizado o Poder Legislativo a convocar a conferência, mantendo-se o prazo máximo de 31 de outubro para realização da etapa.

Envio dos documentos e relatórios para a Comissão Organizadora Estadual: Até 10 (dez) dias após a realização da etapa. A etapa estadual deverá ocorrer até 15 de dezembro.

Tema:
II Conferência Nacional de Cultura: Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento.
O tema deve se articular no município de forma transversal e se integrar às demandas locais.

Eixos:
I - PRODUÇÃO SIMBÓLICA E DIVERSIDADE CULTURAL
Foco: produção de arte e de bens simbólicos, promoção de diálogos interculturais, formação no campo da cultura e democratização da informação.
- Produção de Arte e Bens Simbólicos
- Convenção da Diversidade e Diálogos Interculturais
- Cultura, Educação e Criatividade
- Cultura, Comunicação e Democracia
II - CULTURA, CIDADE E CIDADANIA
Foco: cidade como espaço de produção, intervenção e trocas culturais, garantia de direitos e acesso a bens culturais.
- Cidade como Fenômeno Cultural
- Memória e Transformação Social
- Acesso, Acessibilidade e Direitos Culturais
III - CULTURA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Foco: a importância estratégica da cultura no processo de desenvolvimento
- Centralidade e Transversalidade da Cultura
- Cultura, Território e Desenvolvimento Local
- Patrimônio Cultural, Meio Ambiente e Turismo
IV - CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA
Foco: economia criativa como estratégia de desenvolvimento
- Financiamento da Cultura
- Sustentabilidade das Cadeias Produtivas da Cultura
- Geração de Trabalho e Renda
V - GESTÃO E INSTITUCIONALIDADE DA CULTURA
Foco: fortalecimento da ação do Estado e da participação social no campo da cultura.
- Sistemas Nacional, Estaduais e Municipais de Cultura
- Planos Nacional, Estaduais, Municipais, Regionais e Setoriais de Cultura
- Sistemas de Informações e Indicadores Culturais

Validação e Eleição de Delegados/as a etapa Estadual:

A etapa municipal deverá reunir no mínimo 25 participantes para ser considerada válida.

O município terá direito a eleger 1 delegado/a a cada 20 participantes presentes ao encontro, até o limite de 25 delegados/as. A proporção proposta é de 1 a cada 5% dos presentes até 500 presentes. Não será considerada a fração.
Destes, necessariamente 2/3 (66.66%) de delegados/as da sociedade civil e 1/3 (33.33%) de delegados/as do poder público.

Exemplo: Se credenciaram na etapa 134 presentes, têm o direito a eleger 6 delegados/as. Caso se credenciem 530 participantes, o número não se altera para além das 25 vagas limite. No caso de 6 delegados, serão 4 para sociedade civil e 2 para o poder público.

Na etapa estadual será eleito 1 delegado/a para a Plenária Nacional conforme 10 delegados/as municipais presentes, até o limite de 50 delegados por estado.

Importante: A proporção de delegações é a mesma para todos os municípios e estados do país. Assim cada cidade terá o mesmo peso nas resoluções e na composição da representação para a II CNC.

Conferência Intermunicipal

A conferência poderá ser realizada por região, com a concordância de todos os municípios envolvidos. Neste caso fica a sede responsável pela Publicação do Decreto e regimento, sendo que todos os demais devem dar publicidade ao ato.

Importante: O número de delegados/as não se altera no caso de conferências intermunicipais, mantendo-se a proporção 20/1, o teto de 25 delegados/as e a divisão entre sociedade civil e poder público.


MODELO DE DECRETO CONVOCATÓRIO PARA
IV CONFERÊNCIA MUNICIPAL


Decreto n° xx de xx de xxx de 2009.
Convoca a I (ver se é o caso de outras conferências realizadas na cidade) Conferência Municipal da Cultura do Município de XXXX, e dá outras providências correlatas.

NOME DO PREFEITO, Prefeito do Município de XXXXX,no Estado de XXX, no uso de suas atribuições legais, e:

Considerando a Portaria do Ministério da Cultura 46 de 10 de julho de 2009 publicada no DO de 10 de julho de 2009, que convoca a II Conferência Nacional de Cultura e torna público o seu regimento interno;

DECRETA:

Art. 1º Fica convocada a I Conferência Municipal da Cultura do Município de XXXXX, etapa integrante da II Conferência Nacional de Cultura, para o próximo dia (DATA), a ser realizada na ............................ (local de realização), no horário das....................., nos dias XX de XX de 2009, com o tema Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento.

§ 1º - Poderão participar da I Conferência Municipal da Cultura os representantes:

I - dos Poderes Públicos;

II - da sociedade civil e das entidades com domicílio ou atuação no Município.

III – Convidados de notória atuação nas políticas culturais do estado fluminense e da cidade, como ouvintes colaboradores observadores.

Art. 2º Constituem objetivos da I Conferência Municipal da Cultura do Município de XXXX:

I - subsidiar o Município, em especial os órgãos gestores da área cultural na definição das diretrizes para elaboração do Plano Municipal de Cultura;

II - mapear a produção cultural do Município, discutir suas peculiaridades, contradições e necessidades bem como estabelecer prioridades e metas para o futuro;

III - criar diretrizes pertinentes à demanda local, para subsidiar a elaboração do respectivo Plano Municipal de Cultura e integrá-lo ao Sistema Nacional de Cultura;

IV - colaborar e incentivar a organização de redes sociais culturais em torno de planos e metas comuns, bem como a interação regional nas ações artísticas e culturais, visando a facilitação e o fortalecimento, mediante o estabelecimento de novas redes de produtores culturais;

V - contribuir para formação do Sistema Nacional de informações culturais e por conseguinte, do Sistema Municipal de Cultura local;

VI - mobilizar a sociedade e os meios de comunicação para a importância da cultura e suas manifestações, para o desenvolvimento sustentável do Município, da região e, notadamente, do país;

VII - promover, ampliar e diversificar o acesso da sociedade civil aos mecanismos de participação popular no Município por meios de debates sobre os signos e processos constitutivos da identidade e diversidade cultural;

VIII - consolidar os conceitos de Cultura junto aos diversos setores da sociedade local;

IX - identificar e fortalecer a transversalidade da Cultura em relação às políticas públicas nos níveis de governos municipal, estadual e federal;

X - validar a participação de delegados a Conferência Estadual como etapa da II Conferência Nacional de Cultura.

Art. 3° A Comissão Organizadora Municipal será composta de ...... membros com participação dos poderes públicos e da sociedade civil.

§ 1ª A coordenação Geral da I Conferência Municipal de Cultura ficará sob a coordenação do titular da (órgão de direção da Cultura no Município), ou seus representantes designados oficialmente para este fim.

§ 2° Fica Comissão Organizadora Municipal responsável pela elaboração do regimento interno e da programação, com encaminhamento de efetivação final em comum acordo com a Coordenação Geral da I Conferência Municipal de Cultura.

Art. 3º Revogadas as disposições em contrário, este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.



Prefeito Municipal



MODELO de regimento interno para conferencias municipais
Atenção: Priorizar a SUA ação LOCAL,com debate das especificidades de sua CIDADE, integrando e interagindo com os norteadores nacionais


MINUTA DE REGIMENTO INTERNO DA I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA

CAPITULO I

Art. 1º O Ministério da Cultura pretende, com a participação da Sociedade Civil e Governos Federal, Estaduais e Municipais, construir um novo modelo de Política Pública de Cultura, através da II Conferência Nacional de Cultura a ser realizada de 11 a 14 de março de 2010, na capital federal, precedida das Conferências Estaduais e Conferências Municipais ou Intermunicipais.

Parágrafo Único – A I Conferência Municipal de Cultura de XXXX terá caráter mobilizador, propositivo e eletivo.

CAPITULO II


DOS OBJETIVOS

Art. 2º A I Conferência Municipal de Cultura tem por Objetivos:

I – Discutir a cultura municipal nos aspectos da memória, produção simbólica, da gestão, da participação social e da plena cidadania;

II - Propor estratégias para o fortalecimento da cultura como centro dinâmico do desenvolvimento sustentável;

III- Promover debate entre os protagonistas da cultura valorizando a pluralismo das opiniões;

IV – Propor estratégias para consolidação dos sistemas de participação e controle social na gestão das políticas públicas de cultura;

V – Aprimorar e propor mecanismos de articulação e cooperação institucional entre os entes federativos e destes com a sociedade civil;

VI – Fortalecer e facilitar a formação e funcionamento de fóruns, agentes, gestores, investidores e ativistas culturais;

VII – Propor estratégias para elaboração e subsidio do Plano Municipal de Cultura

CAPITULO III

DA ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO


Art. 3º A I Conferência Municipal de Cultura, a ser realizada no município de XXX, no estado do XXX, terá suas bases estrutural e organizacional, a realização de Pré Conferências ou Encontros Livres Prévios, para discussão dos Eixos Temáticos, discussão do texto inicial do Plano Municipal de Cultura, Eleição do Conselho Municipal de Cultura e Eleição dos Delegados para I Conferência Municipal de Cultura. Avaliar cada caso.

Parágrafo 1º As Conferências Municipais de que trata o Caput deste artigo, serão realizadas até 31 de outubro de 2009, de acordo com o calendário nacional.

Parágrafo 2º A Conferência Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro será realizada de xxxxxx a xxxxxx de 2009.

Parágrafo 3º A Conferência Nacional de Cultura será realizada de 11 a 14 de março de 2010.

Parágrafo 4º Participará deste processo segmentos sociais e entidades que atuam na área da Cultura e setores organizados da sociedade dispostos e contribuir para a melhoria da Cultura

Art. 4º A I Conferência Municipal de Cultura de XXX, será coordenada pela Comissão Organizadora da Conferência, com apoio e acompanhamento da Comissão Organizadora da Conferência Estadual e Nacional de Cultura, e colaboradores de notório saber nas políticas culturais fluminense e local.

Parágrafo Único – A Comissão Organizadora da I Conferência Municipal de Cultura de XXX deverá ser nomeada através de ato administrativo do Prefeito, ou do Gestor Municipal de Cultura.

Art. 5º A Comissão de Organização da Conferência Municipal de Cultura terá a seguinte composição:

I – Representantes das Organizações Não Governamentais, Institutos, Associações e Centros Culturais instaladas nesse Município, que envolvem a sociedade civil e Representante da Classe artística.

II - Representante do Poder Público executivo (Secretarias Municipais )

III - Representante da Câmara de Vereadores

IV - Representante do Conselho Municipal de Cultura, em conformidade com a Lei

V – Outras representações locais, de relevantes contribuição, como Universidades.

Parágrafo único – Todos os representantes deverão ser escolhidos por suas entidades representativas, a partir de uma solicitação da (órgão de direção da Cultura no Município) deste Município.

Art. 6º - Em todas as etapas deverá ser mantida a qualidade do debate, garantindo o processo democrático, observando-se a relação, a pluralidade e representatividade dos segmentos sociais, numa visão ampla e sistêmica de Cultura.


CAPITULO IV
DO TEMÁRIO E DA METODOLOGIA DA I CONFERÊNCIA MUNICIPAL


Art. 7º - A I Conferência Municipal de Cultura de XXXX terá como tema geral: Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento, que será discutido a partir dos seguintes eixos e sub-eixos:

I- Produção Simbólica e Diversidade Cultural

- Produção de Arte e bens Simbólicos
- Convenção da Diversidade e Diálogos Interculturais
- Cultura, Educação e Criatividade

II – Cultura, Cidade e Cidadania

- Cidade como Fenômeno Cultural
- Memória e Transformação Social
- Acesso, Acessibilidade e Direitos Culturais

III- Cultura e Desenvolvimento Sustentável

- Centralidade e Transversalidade da Cultura
- Cultura, Território e Desenvolvimento Local
- Patrimônio Cultural, Meio ambiente e Turismo

IV- Cultura e Economia Criativa

- Financiamento da Cultura
- Sustentabilidade das Cadeias produtivas da Cultura
- Geração de Trabalho e Renda

V- Gestão e Institucionalidade da Cultura

- Sistemas Municipal de Cultura
- Plano Municipal de Cultura


Art. 8º Com objetivo de garantir a obtenção de um relatório para servir de contribuição Estadual e Nacional, os trabalhos em grupo na I Conferência Municipal serão estruturados pelos eixos, podendo ter mais de um grupo discutindo o mesmo eixo do documento de referência, garantindo a discussão de todos os eixos.

Parágrafo 1º - Os grupos de estudos discutirão o documento de referência e poderão apresentar emendas ao texto.

Parágrafo 2º Os trabalhos em grupo terão 01 (um) coordenador e 02 (dois) relatores, indicados pela Comissão Organizadora de Cultura para sistematização do debate, do relatório final de cada grupo e do documento final, que será encaminhado a Comissão organizadora da Conferência Estadual de Cultura.

Parágrafo 3º - Ficará sob a incumbência da Comissão Organizadora Municipal preparar o relatório final, de acordo com as orientações da Comissão Estadual de Cultura e encaminhá-lo, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, a Comissão de sistematização da Conferência Estadual de Cultura, a contar da data de encerramento da I Conferência Municipal de Cultura deste município.

Art. 9º - Os Delegados da I Conferência Municipal de Cultura terão direito a voz e voto. O direito à voz será atendido pela ordem de inscrição à mesa coordenadora dos trabalhos para tratar do tema em pauta.

Parágrafo 1º As intervenções dos delegados e observadores durante os debates em plenário terão uma duração máxima de 03 (três) minutos.

Parágrafo 2º A inscrição para intervenção nos debates será feita mediante entrega do crachá ao secretário da mesa.

Parágrafo 3º Cabe a coordenação que preside as mesas, os grupos ou plenárias de trabalho e da plenária final determinar o encerramento das inscrições, bem como sua reabertura se avaliar necessário.

Parágrafo 4º Os grupos poderão encaminhar para a comissão organizadora propostas que tenham o apoio de, no mínimo 30 % dos delegados participantes do grupo, legivelmente escrita e compreensivelmente redigidas e com assinatura do coordenador e dos relatores do grupo.

Art 10º - As questões de ordem ou de encaminhamento levantadas por um delegado ou um convidado deverão versar sobre a pauta em debate e serão resolvidas pela mesa coordenadora dos trabalhos ou remetidas para apreciação e a posição da Comissão Organizadora da I Conferência Municipal de Cultura, sem prejuízo do andamento das atividades.

Art 11º - As plenárias serão dirigidas por um coordenador e um ou mais secretários, previamente indicados pela Comissão Organizadora da I Conferência Municipal de Cultura.

Parágrafo 1º - Todo delegado terá direito a um único voto, sendo vetado o voto por procuração.

Parágrafo 2º - Durante a plenária final, somente delegados poderão manifestar-se em defesa de propostas em votação.

Parágrafo 3º - Na plenária final serão designados aos observadores lugares separados dos delegados para acompanhar os debates, com direito de intervenção a ser autorizado pela coordenação da mesa.

Art 12º Uma equipe de relatores, especialmente escolhida para essa finalidade pela Comissão Organizadora, apresentará na plenária final as propostas oriundas dos trabalhos de grupo de forma sistematizada, sendo aprovadas, automaticamente, no momento da leitura, aqueles que não receberam destaque por parte dos delegados.

Parágrafo 1º - Durante a leitura das propostas, o relator da mesa receberá os destaques feitos pelos delegados, os quais serão votados após o término da leitura da sistematização de cada eixo.

Parágrafo 2º - Os destaques deverão ser encaminhados por escrito à mesa coordenadora para votação, ao final de cada eixo.

Parágrafo 3º - Cada destaque poderá receber um pronunciamento a favor e um pronunciamento contrário ao seu conteúdo, podendo ser aberto um segundo pronunciamento a favor e contrário caso a plenária se declare não suficientemente esclarecida.

Art13º - A I Conferência Municipal de Cultura realizar-se-á em 03 ( três ) dias com a seguinte dinâmica:

ABERTURA ( horário proposto 18h )
I – Credenciamento ( efetivação de pré – inscrição )
II – Abertura da I Conferência Municipal de Cultura;
III – Palestra Inicial / Tema ÚNICO Aglutinador - Todos os Eixos

SEGUNDO DIA ( horário proposto 8 as 17h...)

I Leitura e aprovação do regimento
II – Mesas de Fundamentação e Debates
Eixo I – Produção Simbólica e Diversidade Cultural
Eixo II – Cultura, Cidade e Cidadania
Eixo III – Cultura e Desenvolvimento Sustentável
Eixo IV – Cultura e Economia Criativa
Eixo V – Gestão e Institucionalidade da Cultura

III – Distribuição / Trabalho em Grupo por Eixos
IV – Encerramento
V – Reunião dos Coordenadores e Relatores dos Eixos para organização dos relatórios.

Os: intervalo para almoço e/ou lanche

TERCEIRO DIA ( horário proposto 8 as 17h....)

I – GTs / Eixos

II- Pausa - Almoço

III – Reunião dos Coordenadores e Relatores dos Eixos para organização dos Relatórios;

IV – Mostra Artística
V – Eleição dos Delegados por segmentos para a Conferência Estadual de Cultural;
VI – Apresentação de texto INICIAL do Plano Municipal de Cultura
VII – Plenária Final;

Encerramento e confraternização Final / Mostra Artística

CAPITULO V

DA COMPOSIÇÃO E PARTICIPAÇÃO NA I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA
Art. 14 - O número de delegados para a Conferência Estadual de Cultura obedecera a seguinte tabela:

Conferência Municipal/Intermunicipal
Quantitativo de Participantes Número de Delegados para a Conferência Estadual
De 25 a 500 5% do número de participantes
Acima de 500 25 Delegados

CAPITULO VI

DO CREDENCIAMENTO

Art. 15 – A Pré- Inscrição dos delegados para a IV Conferência Municipal estará aberto sete dias antes da abertura oficial, em locais descentralizados a serem divulgados nos pela cidade, no horário das ...................., sendo efetivado seu credenciamento durante o período XXX a XXX do dia da abertura.


Art. 16 As despesas com a organização da I Conferência Municipal de Cultura ocorrerão por conta do município e/ou parcerias estabelecidas para este fim.

CAPITULO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17 – Os casos omissos neste regimento serão resolvidos pela Comissão Organizadora da I Conferência de Cultura, ouvida se necessário, a Comissão Estadual de Cultura.

Aprovado pela Comissão Organizadora da Conferência Municipal de Cultura, em XXX.

26 de setembro de 2009

Juca Ferreira manifesta-se sobre a aprovação da PEC 150 e do PNC pelas Comissões na Câmara dos Deputados

Nota do Ministro da Cultura
Juca Ferreira manifesta-se sobre a aprovação da PEC 150 e do PNC pelas Comissões na Câmara dos Deputados

Os parlamentares deram hoje mais duas provas de que este é o Ano da Cultura no Congresso Nacional. Por unanimidade, foi aprovado na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados o Plano Nacional de Cultura, que dá marco legal para as políticas da área pelos próximos dez anos. Ainda na Câmara, a Comissão Especial que analisava a PEC 150 aprovou, também por unanimidade, a proposta que destina 2% do orçamento federal para as políticas culturais.

Com o apoio dos parlamentares conseguimos dar um avanço claro na área, com duas ferramentas estratégicas para a nação. Após a aprovação final, essas propostas darão base legal para sustentar, a longo prazo, a cultura como algo vital para os brasileiros e uma das áreas prioritárias no desenvolvimento de nossa nação.

Este avanço se traduz na garantia crucial de recursos para a área, mas seu alcance é muito maior. Significa que, uma vez aprovados estes instrumentos, nós brasileiros enfim surgiremos como pessoas e nação que se cultivam, que abandonam definitivamente o complexo de vira-latas apontado por Nelson Rodrigues, para, enfim, assumir-se no mundo como seres afetos à cultura - a cultura que nos traduz, explica, alimenta e posiciona no mundo.

Juca Ferreira
Ministro de Estado da Cultura

24 de setembro de 2009

Plano Nacional de Cultura é aprovado

A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o projeto substitutivo apresentado pela deputada Fátima Bezerra (PT-RN) ao projeto de lei (PL 6.835 de 2006) que estabelece o Plano Nacional de Cultura (PNC). O projeto será apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça e depois segue para o Senado Federal.

Ao ouvir o anúncio da aprovação pela presidente da Comissão, deputada Maria do Rosário (PT-RS), os gestores culturais e artistas presentes comemoram. O ator e presidente da Funarte, Sérgio Mamberti, se emociou e chorou. “Este é um projeto de muitos anos de luta, de muitas vidas, por isso me emocionei".

O PNC define as diretrizes das políticas culturais no Brasil para os próximos dez anos e também cria o Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). Segundo a relatora, a aprovação do PNC vai garantir uma continuidade para a política cultural brasileira. “Essa foi uma importante conquista para a nossa cultura, agora vamos ter políticas públicas para a cultura de forma institucionalizada”, destacou Fátima Bezerra.

A proposta de ter um Plano Nacional de Cultura surgiu em 2005, após as reivindicações e sugestões apresentadas durante a 1ª Conferência Nacional de Cultura, que mobilizou cerca de 60 mil pessoas para o debate das políticas culturais do Brasil. Depois dessa etapa, foram realizados seminários em todos os estados, oficinas e fórum virtual para a elaboração e encaminhamento do projeto de lei do PNC à Câmara dos Deputados.

PEC 150/03 - A votação da proposta de emenda constitucional (PEC 150/03) que vincula recursos do orçamento da União (2%), estados (1,5%) e municípios (1%) ficou para as 14h.

23 de setembro de 2009

DÍVIDA e as piadinhas irresponsáveis

É muito fácil ser inconsequentemente estúpido e sem ser conhecedor de causa repassar na internet as piadinhas elaboradas pelos donos das teorias conspiratórias.

Mas o dificil para esses idiotas é entender que a melhor coisa que um cidadão trabalhador, um empresário, uma dona de casa pode ter é poder colocar a cabeça no travesseiro sem pensar em dívidas e os juros que ela acarreta. A tranqüilidade de dormir em paz sabendo que suas contas estão pagas e tudo o que essa pessoa ganhar daqui pra frente vai se converter em bens para sua melhoria de qualidade de vida e pecúlio para o futuro.

É assim que se sente o brasileiro hoje depois de ter sua divida externa paga e livre dos juros extorsivos que nos definhava economicamente.

Uma dívida até então impagável na boca dos governos corruptos, agora está paga em plena crise econômica mundial, onde países do primeiro mundo se acovardam em recessões e desemprego, pagamos nossa dívida meio a inaugurações de inúmeros hipermercados e em pleno desenvolvimento econômico com geração de empregos e investimentos pesados de grandes obras.

Só que infelizmente poucas pessoas tem informação suficiente para entender o que isso significa. Preferem entrar no nefasto jogo irresponsável de piadinhas de mal gosto jogadas na mídia alternativa promovido por aqueles que não sabem a diferença entre a liberdade de expressão e a libertinagem quando fazem do povo massinha de manobra para seus interesses escusos de suas teorias conspiratórias.

Infelizmente falta essa responsabilidade e consciência popular para saber preservar o que temos de bom sem ser inconseqüente com sua liberdade como o vândalo que chuta lata de lixo e toca campainha dos outros nas ruas escuras.

Prezemos pela liberdade, pois isso nos custou caro, mas que sabemo-la usar com consciência e responsabilidade sem cair no jogo daqueles que no passado nos impediu de falar e que hoje se valem dessa liberdade por nós conquistada para tentar desmanchar ou desqualificar as coisas boas que nosso povo conseguiu construir com seu voto livre.

Chico Lobo

Radialista 20.09.09

Prazo de convocação de conferências municipais e intermunicipais aproxima-se do fim

No dia 30 de setembro termina o prazo para que os municípios brasileiros convoquem as Conferências Municipais de Cultura, requisito essencial para que participem, com delegados, das conferências estaduais.

A chamada deve ser feita pelos poderes Executivos Municipais por meio de Decreto publicado até a data-limite prevista no regimento da II CNC, ou seja, 30 de setembro. Depois de convocadas oficialmente, os municípios devem realizar seus encontros até 31 de outubro.

Em todo o Brasil, de acordo com levantamento do Comitê Executivo da II Conferência Nacional de Cultura (CNC), até agora pelo menos 150 municípios realizaram encontros, seja em apenas um município ou integrados nas intermunicipais.

As regras para realização destes encontros estão na seção II do regimento interno da II CNC. No caso das intermunicipais, o decreto de convocação deve partir do município que vai sediar a conferência. E todos os municípios devem apresentar documento de anuência à participação, ou seja, devem concordar com as regras estabelecidas nos decretos de convocação.

Cada conferência municipal ou intermunicipal tem direito a indicar no máximo 25 delegados para a Estadual. Do total dos participantes de cada encontro municipal ou intermunicipal, 5% podem ser retirados como delegados.
Mais informações: Blog da CNC

Governo Lula tira 20 milhões da linha da pobreza em cinco anos, aponta FGV

Cerca de 31 milhões de brasileiros subiram de classe social entre os anos de 2003 e 2008. Entre eles, 19,4 milhões deixaram a classe E, que traça a linha da pobreza no país, tendo a renda domiciliar inferior a R$ 768,00; e outros 1,5 milhão saíram da classe D (de R$ 768,00 a 1.114,00). Com isso, houve uma queda acumulada de 43% no grupo dos mais pobres neste período.
Ao mesmo tempo, a classe AB, que representa o grupo com renda domiciliar mais elevada (superior a R$ 4.807,00), ganhou 6 milhões de pessoas. A classe C (renda familiar entre R$ 1.115,00 e 4.807,00) é a maioria da população e recebeu 25,9 milhões de brasileiros nos últimos cinco anos.
A constatação faz parte de um estudo divulgado hoje (21) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com base nos dados de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apresentada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o economista da FGV Marcelo Néri, responsável pelo estudo, esse movimento foi puxado principalmente pelas políticas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, que traz como impacto direto a melhoria na renda do brasileiro pertencente à camada mais baixa. Ele acredita que as transferências de renda no momento atual de crise podem contribuir para a retomada da economia.
“Se eu reajusto o Bolsa Família, a grande beneficiária é a classe E. Se eu aumento o salário mínimo, por exemplo, quem mais ganha é a classe D. Já se faço reajuste das aposentadorias acima do [salário] mínimo quem ganha mais é a classe AB", diz Néri. "Por isso defendo mais reajustes transitórios ao Bolsa Família do que reajustes permanentes ao mínimo e muito menos ganhos de pensões acima do mínimo, que não beneficiam nem a classe média brasileira.”
Para ele, as políticas de renda têm impacto totalmente diferente em termos de desigualdade e de pobreza e na situação atual têm efeito diferente sobre a demanda. "O pobre consome toda a renda dele e, neste momento em que a gente está precisando de um ataque contra a crise, eu diria que o Pelé é o mercado interno e o seu companheiro de ataque é o Tostão do Bolsa Família. Essa é a dupla eficiente que está permitindo ao Brasil sair da crise ou não ter entrado tanto nela”, diz.
Néri destacou, ainda, que desde 2001 o Brasil vive um processo de redução da desigualdade. Neste período, a renda per capita dos 10% mais pobres da população subiu 72%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu, aproximadamente, 11%. De acordo com o economista, essa melhora no indicador foi impulsionado principalmente pela renda do trabalho.
“Acho que essa redução de desigualdade foi a grande conquista da década. O fato de ser puxada em cerca de dois terços pela renda do trabalho significa que o brasileiro está gerando sua própria renda. O que temos observado é um boom no mercado de trabalho”, ressaltou Neri. Segundo ele, os programas sociais ou aposentadorias foram responsáveis pelos outro um terço do movimento.

ABr

19 de setembro de 2009

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FLIPA ANUNCIA PROGRAMAÇÃO COMPLETA E DESTACA IMPORTÂNCIA DA PIPINHA LITERÁRIA

FLIPA ANUNCIA PROGRAMAÇÃO COMPLETA E DESTACA IMPORTÂNCIA DA PIPINHA LITERÁRIA



*Estão confirmadas as presenças do cantor e compositor Lobão, e dos romancistas e escritores Marina Colasanti, Danuza Leão, Daniel Piza, Raimundo Carrero, Ronaldo Correia de Brito, Heloísa Buarque de Holanda, Lílian Rodrigues, Márcia Monteiro de Carvalho, entre outros





*Do Rio Grande do Norte participam como debatedores e mediadores Ney Leandro de Castro, Sanderson Negreiros, Moacyr Cirne, Geraldo Queiroz, Humberto Hermenegildo, Patrício Júnior, Woden Madruga, Dorian Gray Caldas, Tácito Costa, Isaac Ribeiro, Carlos de Souza, Marize Castro, Diva Cunha, Josimey Costa, Gilmara Benevides, Luiz Assunpção, entre outros



*Na Pipinha Literária, destaque para a oficina “A Preparação do Escritor”, com o renomado escritor Raimundo Carrero, e da oficina sobre “Cordel” com o historiador, escritor e poeta Antônio Francisco Teixeira de Melo







A dez dias do I Festival Literário da Pipa-FLIPA a programação já está fechada. De 24 a 26 de setembro na praia localizada ao litoral sul potiguar, a 70km da capital Natal, o FLIPA reunirá algumas das maiores cabeças pensantes do Rio Grande do Norte e do Brasil em debates de alto nível. Serão dez mesas literárias, com presença de Danuza Leão, Ronaldo Correia de Brito, Lobão, Marina Colasanti, Daniel Piza, Heloísa Buarque de Hollanda, entre outros autores; quinze oficinas dentro do projeto inédito Pipinha Literária envolvendo 15 profissionais, entre professores, mestres, escritores e arte-educadores, e ainda a oficina “A Preparação do Escritor”, com Raimundo Carrero. E mais, a Livraria Oficial da Flipa - Siciliano, tenda de debates, espaço de autógrafos, e a presença do Sebo Vermelho e do maior editor de livros do RN, o sebista Abimael Silva, além de vários lançamentos de livros, shows musicais e exposições.

O I Festival Literário da Pipa é uma iniciativa do Governo do Estado através da Secretaria de Turismo e da Secretaria Estadual de Educação e Cultura, sob a coordenação da Fundação Cultural Helio Galvão.

Uma estrutura climatizada, com capacidade para 300 pessoas sentadas, será montada especialmente para o encontro, que vai priorizar a discussão sobre a literatura no Brasil: formas de linguagens, temáticas, narrativas, criação e teorias literárias.

Na quinta-feira, dia 24, estarão presentes na Pipa a escritora e jornalista Danuza Leão, que falará sobre o tema “Literatura, jornalismo, Memórias”, tendo como mediador o jornalista Woden Madruga. Danuza, que acaba de lançar suas memórias no livro “Quase Tudo”, abordará temas que vão do universo cultural ao meio jornalístico.

Com o tema “Literatura e Viagens”, a escritora Marina Colasanti também é presença no primeiro dia do Festival Literário, tendo como mediadora a jornalista Josimey Costa. Também na programação do dia 24 a mesa “Clementino Câmara: Do nascimento em Pipa à Censura no Estado Novo”, que resgata a obra deste professor e escritor considerado um dos maiores intelectuais nascidos na região. Estarão nesta mesa o professor e escritor Geraldo Queiroz, com mediação do professor Humberto Hermenegildo.

A sexta-feira abre com a mesa literária “Hélio Galvão: a cultura praieira”, tendo as participações de Sanderson Negreiros, Diva Cunha e Gilmara Benevides, numa radiografia da trajetória humana e da riqueza cultural produzida pelo historiador e etnógrafo potiguar. A segunda mesa da programação será “A Cultura das Periferias”, tendo como convidada a escritora e professora Heloísa Buarque de Hollanda, e como debatedor o escritor pernambucano Raimundo Carrero mediados pelo jornalista e escritor Carlos de Souza. A terceira mesa do dia 25 abrirá com a exibição do documentário “Um Paraíso Perdido”, dirigido pelo escritor e jornalista Daniel Piza com fotografia de Tiago Queiroz. O curta de 24 minutos reconstitui a viagem à Amazônia realizada em 1905 pelo escritor Euclides da Cunha. A mesa literária também abordará o tema “A Amazônia de Euclides”, completando este mergulho no universo pouco explorado da obra euclideana — a sua relação com a natureza e a ciência. Piza, que além de escritor é jornalista do jornal O Estado de São Paulo-Estadão, refez ele mesmo a viagem do escritor de Os Sertões. A mesa terá como mediador o jornalista e crítico literário Tácito Costa.

O último dia do Festival Literário da Pipa terá uma diversificada temática nas quatro mesas literárias. Começa às 16h com a mesa “O romanceiro potiguar”, com participação da Doutora em Letras pela UFPB, Lílian Rodrigues, e do professor potiguar Luiz Assunção. A mesa seguinte resgata a obra do maior romancista da região, Homero Homem de Siqueira, autor de obras importantes da literatura brasileira como “Cabra das Rocas” e “Menino de Asas”. Para debater sobre Homero Homem estarão Ney Leandro de Castro, Dorian Gray e Marize Castro.

A 3ª mesa da noite reunirá o cantor e compositor Lobão em conversas variadas cujo ponto de partida será a pergunta: “Lobão tem Razão?” Para debater com o roqueiro estará o poeta, escritor e publicitário Patrício Júnior, do coletivo Jovens Escribas, com mediação do jornalista, cantor e músico Isaac Ribeiro.

A última mesa do Festival Literário da Pipa recebe o escritor vencedor de 2009 do Prêmio São Paulo de Literatura, o escritor cearense Ronaldo Correia de Brito, que falará sobre o seu romance “Galiléia”, considerado um dos melhores livros lançados este ano. Participam da mesa o escritor Moacir Cirne e o jornalista Osair Vasconcelos.



I FESTIVAL LITERÁRIO DA PIPA – FLIPA 2009


PROGRAMA


24 de setembro (5ª feira)

09h às 10h — Tenda



Pipinha Literária: “Entre livros”



Conversas com autores locais, lançamento de livros e rodas de leitura abordando textos literários para formação de leitores. Participação de dois importantes escritores de livros infantis: a professora Salizete Freire Soares, que escreveu “Bicho Pra Que Te Quero”, “Mundo Pra Que Te Quero” e “Vida Pra Que Te Quero”; e o jornalista Juliano Freire, autor de “Pereyra o menino bom de bola” e “Doninha e o marimbondo”.





10h às 11h — Tenda



Pipinha Literária: “Poesia”



A professora de Letras e Arte-educadora Maria Magna Costa Fernandes falará sobre poesia e as múltiplas possibilidades da leitura através do texto poético.

14h às 15h30 — Tenda



Pipinha Literária : “Praticando a Leitura e a Escrita”.



Oficina de leitura e escrita que aborda, com criatividade e simplicidade, textos literários marcados pela imaginação e fantasia, sob a coordenação do professor Rômulo Augusto Soares Gurgel, graduado em Letras – UERN e especialista em Educação de Jovens e Adultos - UFRN





16h30 — Sede da ong Educapipa



Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (1º dia)



Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando por todo o Brasil. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras. Autor de quinze livros de ficção e com vários prêmios na estante, o romancista e jornalista, tem como obras de destaque Somos Pedras que se Consomem (1995), com a qual ganhou os prêmios Machado de Assis e APCA; As Sombrias Ruínas da Alma (1999), Prêmio Jabuti; e ainda Ao Redor do Escorpião...Uma Tarântula?.





17h30 – Tenda literária



Mesa 1: “Clementino Câmara: Do nascimento em Pipa à Censura do Estado Novo”





Foi “cascavilhando” estantes que o escritor e professor Geraldo Queiroz encontrou a tal geringonça. Em vez de coisa malfeita, nela continha a riqueza intelectual e as idéias de um mestre à frente do seu tempo. “A Geringonça do Nordeste – A Fala Proibida do Povo” é, portanto, o ponto de partida para se resgatar e discutir a obra de Clementino Câmara, nascido na região de Pipa, escritor, professor autodidata em Natal e autor de uma obra que mostra a importância da fala do povo na construção da nossa história contemporânea — obra esta censurada durante o regime do Estado Novo. Acompanhando a trajetória de Clementino e fazendo a mediação estará o professor Humberto Hermenegildo, professor universitário e pesquisador no Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandenses.





18h00 — Tenda literária



Abertura oficial do I Festival Literário da Pipa-Flipa, pela Excelentíssima Governadora Wilma de Faria





19h00 — Tenda literária





Mesa 2: “Literatura e Viagens”



Para quem nasceu na Etiópia, morou na Itália e cresceu no Brasil, falar de viagens e livros é como falar de si mesmo. Exímia contadora de histórias, a escritora Marina Colasanti falará de si mesma ao partir nesta viagem literária tendo como mediadora a jornalista potiguar Josimey Costa, diretora da Tv Universitária/Cultura e professora de Cinema do curso de Comunicação Social da UFRN. Na rica bagagem desta ilustre senhora de 72 anos estão 33 livros publicados, entre contos, romances, poesia, prosa, literatura infantil e infanto-juvenil e um encantamento único de quem escreveu obras premiadas como “Eu Sei mas não devia”, “Rota de Colisão”, “E por falar em Amor”, “Contos de Amor Rasgados” e “23 Histórias de um viajante”.



20h30 — Tenda literária



Mesa 3: “Jornalismo, Literatura, Memórias”



Ela fez nesta vida o que muita gente precisaria de muitas encarnações para realizar: aos 15 anos já era habitué da casa de Di Cavalcanti e aos 18 foi a primeira modelo brasileira contratada por uma maison francesa. Amiga de Vinicius de Moraes, irmã de Nara Leão, viu a bossa nova nascer em sua sala. Com três filhos pequenos, trocou um casamento sólido com um político famoso, Samuel Weiner, para viver um grande amor com Antônio Maria, um jornalista boêmio e pobre. Foi jurada, promoter, jornalista e lançou obra sobre etiqueta social (Na sala com Danuza) que virou sucesso editorial. Uma das maiores personalidades do mundo jornalístico, artístico e cultural do Brasil, Danuza Leão, que recentemente publicou suas memórias no livro “Quase Tudo” (Companhia das Letras), conversará sobre a intensa e emocionante história de vida, alinhavando-a a importantes personagens e acontecimentos que gravitaram em torno dela; do society à vida política, do mundo artístico ao jornalismo, tendo como mediador o experiente jornalista e cronista potiguar Woden Madruga, colunista do jornal Tribuna do Norte e ex-presidente da Fundação José Augusto.









25 de setembro (6ª feira)







09h às 10h — Tenda/praça



Pipinha literária: “Entre Artes e Brincadeiras: as artes cênicas”



Atividades desenvolvidas para crianças e adolescentes envolvendo teatro, dança popular e mímica, sob a coordenação da educadora Maria do Carmo Dantas, graduada em Artes Cênicas pela UFRN, atriz e contadora de histórias.





10h às 11h — tenda



Pipinha literária: “Artes visuais”



Pintura, desenho e dobradura serão técnicas artísticas vivenciadas em oficinas com os arte-educadores Luiz Élson Dantas, graduado em Educação Artística pela UFRN com Especialização em Teoria da Arte – UFPE, desenhista e escritor; e Maria Geruza Soares Câmara, formada com Licenciatura Plena em Geografia e Ensino de Arte – UFRN.







10h às 11h — Tenda/praça



Pipinha literária: “Música, brinquedos cantados”



Série de atividades lúdicas com objetivo de levar as crianças a vivenciarem o universo das cantigas e dos brinquedos musicais. Com oficinas de roda, emboladores de coco e Repentistas. Participam Maria Magna Costa Fernandes dos Santos, Silvana Amália Carvalho Araújo, professora de Educação Física com Especialização em Verbo Tonal (D-a) e Deficiência Auditivo-Mental e Arte Educadora; Ricardo França da Silva – Buihú, Tecnólogo em Lazer, brincante, Assessor Técnico da Fundação José Augusto e Antonio Soares, Arte-educador com Especialização em Jovens Portadores de Deficiências





14h às 15h30 — Tenda/praça



Pipinha literária: Música



Oficinas de Brincadeira de rua e brinquedos cantados. Mais oficinas de roda, emboladores de coco e repentistas, sob a coordenação de Maria Magna Costa Fernandes dos Santos, Silvana Amália Carvalho Araújo e Antonio Soares.







16h30 — Sede da ONG Educapipa





Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (2º dia)



Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando Brasil a fora. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras.





17h30 — Tenda literária



Mesa 4: Hélio Galvão: A cultura praieira



Poucos intelectuais se credenciaram tanto à gratidão de sua terra e ao mesmo tempo dos estudiosos da História como o pesquisador, escritor e advogado Hélio Mamede de Freitas Galvão. No mundo confuso dos arquivos e cartórios, e no árduo universo da pesquisa histórica, Hélio Galvão percorreu quilômetros; da Fortaleza da Barra do Rio Grande à Tibau do Sul. Ao traçar a radiografia a trajetória humana e toda riqueza cultural produzida por ele, o jornalista contista, cronista, escritor e intelectual potiguar Sanderson Negreiros refaz essa trajetória tendo como debatedora a poeta e professora Diva Cunha, um dos nomes mais embasados da intelectualidade feminina potiguar, autora das obras poéticas ‘Canto de página’, ‘Palavra estampada’, ‘Coração de lata’ e o mais novo ‘Resina’; tendo ainda como mediadora a pesquisadora Gilmara Benevides, biógrafa de Hélio Galvão e autora do livro “Hélio Galvão - O Saber Como Herança” (edição Letras Potiguares/Funcarte).







19h00 — Tenda literária



Mesa 5: Literatura da Periferia



Jovem, bela e de esquerda. Assim ela foi retratada pelo escritor e jornalista Zuenir Ventura no famoso livro “1968 – o ano que não terminou”. Mito e ícone da intelectualidade carioca daquele ano revolucionário, Heloísa Buarque de Hollanda é hoje professora titular de Teoria Crítica da Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e conhece como poucos estudiosos os ideais desencadeados em 1968 e herdados pelas novas gerações: a cultura como instrumento de transformação social é um deles. Nesta jornada pela cultura produzida pelas periferias, a autora terá como debatedor o escritor pernambucano Raimundo Carrero, autor de quinze livros de ficção e vários prêmios na estante, e ainda como mediador o jornalista e escritor Carlos de Souza, autor de Crônica da Banalidade", "Cachorro Magro" e "É tudo fogo de palha".

20h — Tenda Literária



Exibição do documentário “Um Paraíso Perdido”



O documentário, exibido antes da mesa literária sobre o tema “Euclides da Cunha”, é dirigido pelo escritor e jornalista Daniel Piza com fotografia de Tiago Queiroz. O curta reconstitui a viagem à Amazônia realizada em 1905 pelo escritor Euclides da Cunha. (duração: 24 min)



20h30 — Tenda literária



Mesa 6: “A Amazônia de Euclides”





No ano do centenário de morte de Euclides da Cunha, o escritor e jornalista do jornal O Estado de São Paulo Daniel Piza mergulha neste universo pouco percebido e debatido na obra euclideana — a sua relação com a natureza e a ciência. O autor não só fez uma meticulosa pesquisa sobre caminho percorrido por Euclides da Cunha na Amazônia no começo de século XX, como também refez ele mesmo os passos do autor de Os Sertões, o que resultou no documentário "Um Paraíso Perdido" (24min), curta que será exibido na ocasião. Tendo como mediador o jornalista e crítico literário Tácito Costa, Piza abordará também outros temas da vida e obra de Euclides da Cunha.







3º Dia (Sábado – 26/09)







09h às 10h — Tenda



Pipinha Literária: “Entre Coisas e Palavras”





Três experientes educadoras se unem para compartilhar com o público infanto-juvenil a leitura de obras de intelectuais que estudaram a nossa terra e região — Clementino Câmara, Hélio Galvão e Antônio Marinho. O objetivo é proporcionar uma maior apreciação e valorização da arte local, regional e nacional. Participam da oficina Maria Magna Costa Fernandes dos Santos; Silvana Amália Carvalho Araújo; Erileide Maria Oliveira Rocha.





10h às 11h — Tenda



Pipinha Literária: “Teatro de Bonecos”



Herdeiro legítimo do universo mágico do Teatro de Bonecos, o artista e bonequeiro Josivan de Chico Daniel — filho do mais ilustre bonequeiro do RN, mestre Chico Daniel — é o convidado desta oficina que vai mostrar técnica de manipular e dar vida ao “João Redondo”.





14h às 15h30 — Tenda



Pipinha Literária : “Cordel”.



Apreciação e valorização da arte local, regional e nacional através da literatura de cordel, tendo como condutor o historiador e escritor Antonio Francisco Teixeira de Melo, um dos nomes mais importantes da literatura de cordel no Rio Grande do Norte. Além de historiador e poeta, é compositor e xilógrafo — Antônio Francisco é um dos poucos que ainda confecciona placas.



14h às 15h30 — Tenda



Pipinha Literária : “Repente”



Conduzido pelo poeta e educador Gilmar Leite, a oficina vai proporcionar às crianças e adolescentes uma apreciação da musicalidade e beleza poética da arte dos repentistas.





16h00 — Sede da ONG Educapipa



Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (3º dia)





Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando Brasil a fora. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras.





16h00 — Tenda literária



Mesa 7: “O romanceiro potiguar: vida e poesia”.



Como proposta de reflexão sobre aspectos relacionados ao romanceiro Potiguar, a professora de Literatura e Doutora em Letras pela UFPB, Lílian Rodrigues, mergulha neste gênero literário para situar as principais referências, estudos realizados, ao mesmo tempo enfatizar que este tipo de produção não está separado da existência social e cotidiana de seus produtores, ou seja, poesia e vida se entrelaçam. Como mediador desta palestra, o antropólogo Luiz Assunção, professor do Departamento de Antropologia da UFRN.







17h30 — Tenda literária



Mesa 8: “Homero Homem de Siqueira – o filho do Rio Catu”



O escritor e poeta potiguar nascido em Canguaretama Homero Homem de Siqueira é considerado o autor ficcional mais lido no RN. Suas obras tiveram várias edições. Só “Menino de Asas” foi editado 22 vezes (Ed Record, ed Ática, entre outras) , além de ser o único autor com obra traduzida em outra língua — o clássico “Cabra das Rocas” (“Gente delle Rocas” – tradução italiana de 1977). Sua poesia também é de grande relevância entre as correntes poéticas. Homero Homem pode ser definido como neo-romântico, pós-Geração 45. Para falar sobre sua obra, nada melhor do que outro grande romancista, o escritor Nei Leandro de Castro, autor de obras importantes como ‘O Dia das Moscas’, ‘As Dunas Vermelhas’ e ‘As Pelejas de Ojuara’, esta premiada pela União Brasileira dos Escritores e que virou filme. Para debater o tema estará o artista plástico, professor, ensaísta e poeta Dorian Gray, tendo ainda como mediadora a poetisa e jornalista Marize Castro, nome consagrado da poesia potiguar, reconhecida pela refinada obra que publicou — ‘Marrons crepons marfins’, ‘Rito’, e ‘Poço. Festim. Mosaico’.







19h — Tenda literária



Mesa 9: “Lobão tem razão?”



“...Mais vale um Lobão/Do que um leão/Meto um sincerão/E nada se dá/O rock acertou/Quando você tocou/Com sua banda/E tamborim/Na escola de samba/E falou mal/Do seu amor...” A polêmica canção de Caetano Veloso “Lobão tem razão” mostra a necessidade de se rebelar, de fazer renascer o seu “sentimento de ser de esquerda”, como ele mesmo escreveu no blog recentemente; ou ainda como declarou há alguns anos: “Toda vez que Lobão falou mal de mim, eu gostei”. Agora, será o próprio Lobão — João Luíz Woerdenbag Filho – em carne, osso, idéias e polêmicas, a conversar sobre este e outros temas tendo como debatedor o escritor, poeta e publicitário Patrício Júnior, do coletivo Jovens Escribas, com sete livros publicados entre eles “Lítio; e mediação do jornalista, cantor e músico Isaac Ribeiro.







20h30 — Tenda literária





Mesa 10: “Galiléia e o exílio do sertão”





A partir de uma reportagem lida em um jornal emprestado da esposa, há oito anos, o romancista cearense radicado em Recife Ronaldo Correia de Brito pariu um dos mais importantes romances da atualidade. Em Galiléia, Prêmio São Paulo de Literatura como o romance do ano, ele faz um mergulho entre dois mundos distintos: o arcaico do sertão e o globalizado, através da história de uma família cujo patriarca, Raimundo Caetano, já moribundo, vai morrer e reúne os membros de seu clã sertanejo — os filhos e netos que migraram e os que ficaram na fazenda Galiléia, interior do Ceará. Cada membro da família construiu, ao longo do tempo, seu repertório de aflições e a visita à fazenda provoca o cruzamento terrível de todas essas angústias. Galiléia é portanto, o fio que conduz esta conversa tendo como debatedor o jornalista potiguar Osair Vasconcelos, e como mediador o poeta, professor e crítico literário Moacir Cirne.







Espaço Literário da Siciliano – Lançamentos e autógrafos





Autores das mesas: Todos os autores participantes das mesas literárias autografarão seus livros no Espaço Siciliano





Outros Autores locais:



25 (sexta):

19h – “Hélio Galvão, O Saber como Herança”, de Gilmara Benevides Costa

20h – “O Aprendiz da Liberdade”
Autora: Marlene Dantas Santana






26 (sábado):

19h – “Guia das Belezas do Rio Grande do Norte”, de Márcia Monteiro de Carvalho / Erich Ettensperger



20h – “Tarô Sagrado dos Deuses Hindus”, de Sri Madana Mohana











FLIPA - Festival Literário da Pipa

De 24 a 26 de setembro

Litoral Sul do RN, 70 km da capital Natal

Realização: Governo do Estado, Secretaria Estadual de Educação e Cultura, Secretaria de Turismo, Fundação Hélio Galvão

Mais informações:

Coordenação e produção executiva: Dácio Galvão

Produção: Anna Jasielo)( 84 8806-0212

Assessoria de imprensa: Dionísio Outeda ( (84) 9974-3839

17 de setembro de 2009

Curiosidades dos anos 1600 a 1700

(para se entender alguns costumes)

Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros.

Na Idade Média, não existiam dentifrícios ou escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico.. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio.

Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene.

Vemos, nos filmes de hoje, as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias (que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene).. Também não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissip ado pelo abanador.

Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos.

Quem já esteve em Versalies admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas "usados" como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existia banheiro.

Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles, o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O c hefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não jogue o bebê fora junto com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos.

Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a nossa expressão "está chovendo canivete" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs" (está ch ovendo gatos e cachorros).


Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão" (numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão.

A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizadopara outro cadáver. Às vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão usada por nós até os dias de hoje.

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por Fernandes Junior*

No dia 09/09/09 tivemos um encontro grandioso aqui em Suzano por conta da Pré-Conferência de Cultura em Suzano. Por aqui passou a Bernadete Oliveira - doutora em Antropologia da UNESP, Morgana Eneile - gestora e produtora cultural e Edmilson Santos - vereador e ex-secretário de cultura de Guarulhos.

E conversamos sobre tudo, mas a pauta era Cultura, Educação e Comunicação. Grandes falas me fizeram refletir sobre quantas necessidades precisamos suprir ainda na nossa vida e porque achamos que cultura não é uma necessidade.

Fico preocupado quando percebo que a nossa marca cultural acaba sendo de sermos um povo que gosta de cerveja, carnaval, futebol e malandragem - e daí deriva todo tipo de estereótipos - e vamos fortalecendo isso e nunca percebemos.

Daí dá pra entender porque estamos com 500 anos de história e nunca fizemos uma revolução...uminha. Realmente, como disse a Bernadete, fomos muito massacrados com essa estrutura social que nos coloca o autoritarismo como a única possivel de ser colocada para as questões sociais. Vide a tal Lei Anti-Fumo perpretada pelo digníssimo governador que quer ser a todo custo presidente José Serra (que medo!!!).

É bom que a gente saiba de onde estão vindo nossas referências, de onde estamos buscado as informações que possam combater ou fortalecer conceitos atrasados e que só nos joga no abismo.

Porque já detectamos os erros: a escola não dá certo mesmo, as comunicações estão nas mãos de meia dúzia de famílias no Brasil e vemos as manifestações culturais como algo feio e sujo porque o bonito é o Mickey ou a Xuxa.

Agora resta seguir caminhos mais ousados. A cultura tem esse poder pela sua história de resistência, luta e transformação. São os artistas que são capazes de ver o mundo de um jeito diferente e programar novas formas de construir a realidade.

E podemos começar já. Agora.

Então levante-se e faça algo. Senão farão por você.

*Fernandes Junior - diretor do Teatro da Neura

11 de setembro de 2009

Fotos do final do show de Antonio Ronaldo com Geraldinho,Manassés e Cida Lobo

 

 
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Mais fotos de Antonio Ronaldo

 

 

 

 
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Fotos do lançamento do CD de Antonio Ronaldo "Sátiro"

 

 

 

 
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Hoje lançamento de Antonio Ronaldo " SÁTIRO"



Com o CD Sátiro, Antonio Ronaldo alça sua meta de compositor com necessidade de mostrar, ao menos parcialmente, as canções que tem produzido e acumulado ao longo de mais de três décadas, em solo potiguar. O desafio de interpretar suas próprias canções surge quando se torna cada vez menos efetiva a inclusão desse trabalho nos discos dos interpretes mais cortejados de Natal, pois os potenciais candidatos a essa tarefa têm optado por repertórios autorais nos últimos anos.


O novo trabalho do compositor e poeta mossoroense que um dia já foi Nietszche quando estudo filosofia será lançado hoje no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (anexo à Fundação José Augusto, em Tirol) com um show gratuito do autor, a partir das 19h. Ainda com as presenças de Cida Lobo, Manasses Campos e Geraldo Carvalho, partícipes em faixas do CD, comercializado no local ao preço de R$ 10.

Em tempos difíceis como os atuais, onde se conjugam instabilidades e incertezas quanto a espaços dedivulgação para a música potiguar, a edição de um disco com essas características não surpreende, sobretudo porque o compositor necessita apresentar - da melhor maneira possível - suas canções até mesmo para persuadir os costumeiros intérpretes, mostrando-lhes que existe uma produção efetivamente disponível para registro e divulgação. Tais ressalvas, contudo, soam redundantes num país onde é tradição o compositor gravar suas próprias músicas, sem que lhe seja cobrado nível de excelência no desempenho vocal. Isso acontece como se cumprindo um rito natural.

Segundo o compositor, a escolha do repertório levou em conta principalmente equilíbrio entre o número de canções feitas em parceira e as individualmente compostas. O placar é seis a seis. Prevalecem, contudo, parcerias formadas com poetas e letristas, tais como: João Batista de Morais Neto (João da Rua), Jota Medeiros, Jarbas Martins, Iracema Macedo, Carlos Magno Fernandes e Paulo Procópio. O único parceiro músico nessa comitiva de ilustres é Manassés Campos. Este musicou um poema de Antonio Ronaldo intitulado Tributo a Nietszche de Almeida. As canções são de diferentes idades, compostas desde a década de setenta até a atual.

Para Antonio Ronaldo, trata-se de um disco tradicional de MPB, focado na sobrevivência da canção. Nem de longe tem o propósito de inovar as formas, os meios nem as técnicas de manifestações dessa ordem. A conexão com o universo da palavra escrita é intencional, como forma de atrair o nicho particular da canção popular para o mesmo fogo. Até aí, nada que não reforce a tradição da nossa MPB. Apenas uma confirmação desse vínculo, já que o artista em foco milita insistentemente nessa área de intersecção. Passeia por ritmos também já consagrados nesse universo de expressão: samba e xote, marcha e frevo, blues e reggae, salsa e balada.

A música de Antonio Ronaldo é instigante não porque é inovadora em sua forma, mas porque perscruta o inusitado. Tem vitalidade, sobretudo, porque é eclética, audaciosa, insurreta. É sinuosa, maliciosa, provocante.Tem o poder de desmoronar os castelos de certezas, com tanto ceticismo e, paradoxalmente, eleva e salva a condição humana num chamamento irresistível à esbórnia. É um eterno retorno ao ideal iluminista, com o recurso da ludicidade. Fala sério, não dá pra crer nesse mundo repleto de predadores tão inocentes e bem intencionados. Urge que a canção sobreviva para evitar o achatamento de nossas ideias.

Serviço

Lançamento do CD Sátiro - Antônio Ronaldo

Quando: Hoje, às 19h

Onde: Teatro de Cultura Popular (anexo à Fundação José Augusto)
Fonte: Tribuna do Norte

9 de setembro de 2009

EDITAL DA FEIRA MÚSICA BRASIL ESTÁ NO AR

Até 8 de outubro

Os músicos interessados em participar da segunda edição da Feira Música Brasil (FMB) que irá acontecer de 9 a 13 de dezembro, em Recife, já podem acessar o edital e preencher a ficha de inscrição através do site: www.feiramusicabrasil.com.br. Com objetivo de desenvolver e expandir ações na cadeia produtiva da música, a FMB nesta edição contará com palestras, conferências, rodadas de negócios e oficinas de qualificação. O edital foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 24 de agosto (Seção 3, página 13), e está aberto para selecão de 24 artistas, bandas ou grupos que se apresentarão durante os dias 10, 11 e 12 de dezembro no palco do Marco Zero, no Recife, durante a Feira. Os selecionados irão receber ao todo R$ 4 mil como pagamento de cachê, diárias de alimentação e custos de transporte de equipamentos. A inscrição deverá ser realizada até 08 de outubro. A FMB é uma iniciativa do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes (MinC/Funarte), em parceria com a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e Prefeitura do Recife. Mais informações: www.funarte.gov.br/

7 de setembro de 2009

MUSICA POTIGUAR – UM BREVE RELATO

MUSICA POTIGUAR – UM BREVE RELATO
Zé Dias
No começo do século passado, a música brasileira em fase de formação recebeu o talento do macauense NOZINHO, que com seu canto e ao lado de BAHIANO, tornaram-se cantores hegemônicos daquela época. Em meados dos anos 20, compondo o Bando de Tangarás, com Almirante, Braguinha, Noel Rosa e Alvinho, o violonista POTIGUAR, Henrique de Brito, sinalizava com seu belo violão, a presença efetiva da música instrumental potiguar no cenário musical brasileiro. Segundo Braguinha em depoimento a Tv Manchete, Henrique em 1932, nos EEUU, influenciado pelo cinema falado, criou o violão elétrico. Ainda nos anos vinte, quando da visita do escritor MODERNISTA, PAULISTA, Mário de Andrade ao nosso estado, o canto e o ritmo de Chico Antônio, emocionou um dos criadores da Semana de Arte Moderna, e a partir dali, mesmo de forma incipiente, o Coco tornou-se o nosso principal ritmo e Chico Antonio seu principal expoente. Com a definição da MPB em seus vários ritmos, o Rio Grande do Norte emprestou ao Cancioneiro Brasileiro o talento de Uriel Lourival para a VALSA, Ademilde Fonseca e K-Ximbinho para o CHORO, Raimundo Olavo para o SAMBA e o Trio Irakitan para a música Romantica latino americana, que aqui começava a permear. Num cenário bem local, Glorinha Oliveira, Chico Eliont, Paulo Tito, Zé Alves, Haroldo de Almeida, Felinto Lúcio, e Tonheca Dantas, além de diversos grupos vocais, davam as cartas de nossa música, com uma ou outra incursão nacional, como Eliont ser gravado por Gonzaga (Ranchinho de Paia) e Paulo Tito ser cantado por Elis Regina (Samba Feito Pra Mim e Vou Comprar um Coração) tendo Paulo e Haroldo tentado a noite carioca, numa época de grande concorrência entre maravilhosos interpretes.

Com a necessidade de mudanças estéticas que se impunha a música brasileira, em 1952, antenado com os sons emitidos pela música americana, país hegemônico no planeta, o Macauense Hianto de Almeida, empresta seu talento ao jovem baiano JOÃO GILBERTO e com seu Samba Canção Meia Luz, sinaliza, mesmo que de forma tímida, para uma Bossa Nova que viria a surgir em 1958 com Elizeth Cardoso em CANÇÃO DO AMOR DEMAIS e confirmada em 1959, com o disco CHEGA DE SAUDADE. Cantores como Orlando Silva, Cauby Peixoto, Ciro Monteiro, Lucio Alves, Miltinho, , Ivon Cury, Roberto Paiva, Anisio Silva e Pery Ribeiro, referendavam o jovem potiguar, além dos grupos vocais Anjos do Inferno, Trio Irakitan, Os Cariocas, Trio Maraya e o Tamba Trio, sendo também bem recebido pelas divas Dalva de Oliveira, Elizeth Cardoso, Dircinha Batista, Doris Monteiro, Isaura Garcia, Marlene, Angela Maria, Maysa, Ellen de Lima, Elza Soares, Leny Andrade e Nana Caymmi. Por ter acordes modernos, Cesar Camargo Mariano, Romero Lubambo, Paulo Moura, Chiquinho do Acordeon, K-Ximbinho, Raul de Barros, Manoel da Conceição e Waldir Calmon, também beberam na musicalidade do macauense Hianto de Almeida. No caminho da Macau de Hianto e da Taipu de K-ximbinho, mais precisamente em Carnaubais, surgia para música brasileira nos anos 60, o talento de Núbia Lafayeete, uma das divas da canção Romântica do Brasil. No inicio dos anos 60, e já no fim da hegemonia de Gonzaga e Jackson, surgem de Pedro Velho, Aldair Soares (O Pau de Arara) gravado entre outros por Clara Nunes e de Timbauba do Batista, Elino Julião, sem perder de vista o Caicoense Severino Ramos, que ligado a música nordestina, foi nosso compositor mais gravado, tendo sua obra sido celebrada por Gonzaga, Jackson, Trio Nordestino, Elba Ramalho, Marinês, Jorge de Altinho e Ney Matogrosso, entre outros.

O Brasil mais uma vez se modernizava na canção popular e o Trio Maraya emprestava seu canto a obra de Geraldo Vandré para juntos a Jair Rodrigues, arrebatar a nação com os acordes de DISPARADA. Ninguém é de ferro para ficar sentado com a Jovem Guarda e Leno colocava os jovens da época para dançar, além de produzir os primeiros discos do jovem Raul Seixas, ícone do Rock Nacional, ao lado dos Mutantes, Rita Lee e tantos outros “REBELDES” dos anos 60. Ainda em meados dos anos 60, época dos Festivais, o maestro MARIO TAVARES regia parte da festa que assolou a música brasileira, enquanto em Natal, Napoleão Paiva, Roberto Lima, Nelson Freire, Daillor Varela, Lola, Fon, entre outros, se antenam com os sons do Tropicalismo e dos Festivais, todos tendo como musa a cantora Odaires. Censurada e manipulada pelos meios de comunicação, a canção popular do Brasil toma novos rumos e Nazareno Vieira ao lado de Pena Branca cantam com o Brasil (Vai Doer) seu irmão Gilson empresta a vários cantores (Casinha Branca e Verdade Chinesa) Giliard canta Aquela Nuvem e Carlos Alexandre empolga com o Hit Ciganinha. Nos anos 70 com a leva de nordestinos ao sul do país, Terezinha de Jesus, Mirabô e o grupo Flor de Cactus se unem a Fagner, Belchior, Ednardo, Alceu Valença, Quinteto Violado, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Elba Ramalho, consolidando as novas portas que se abriram com o som bem brasileiro dos Novos Baianos. Nem tudo no nordeste se resumia a Gonzaga e Jackson, mas todos os sons dos nordestinos, passavam por eles. Se a canção nordestina se modernizava, o Macauense Antônio José Madureira e seu irmão Antulio, sinalizavam seus talentos com o movimento armorial de Pernambuco.

No final dos anos 70 e inicio dos anos 80, Tico da Costa, Pedro Mendes, Edmar Costa, Romildo Soares, Sueldo Soares, Cida Lobo, Valéria Oliveira, Cleudo Freire, Wigder Vale, Manasses Campos, Babal, Lucinha Lira, Rachell Groismman e Silvana Martins, segurama a onda potiguar, regidos por músicos como Manoca Barreto, Roberto Taufic e Franklin Nogvaes, todos que bebiam na fonte de Joca Costa, Expedito e João de Orestes. Com o advento do Projeto Seis e Meia em 1995, Galvão Filho, Geraldo Carvvalho, Lane Cardoso, Carlos Zens e Isaque Galvão semeiam a estrada hoje percorrida por Khrystal, Simona Talma, Lis Rosa, Lene Macedo, Andrezza Costa, Rosa de Pedra e Tania Soares, que já dão sinais de uma música com mais profissionalismo e sabedoras que existem um mercado a ser vencido. Com uma cena de Rock visível, bem comanda por Jomard e Anderson Foca e uma música instrumental com visibilidade nacional que tem como expoentes Sergio Groove, Jubileu Filho, Eduardo Taufic, Diogo Guanabara, Junior Primata além do Paraibano Antonio de Padua e o Pernambucano Gilberto Cabral, ambos radicados em Natal, podemos afirmar que de alguma forma, contribuímos para que hoje em dia, ao sentarmos numa mesa para conversar sobre música brasileira, termos argumentos para dizer que nós potiuguares existimos desde o começo do século passado. A presença de Roberta Sá, mesmo sem uma participação inserida em quaisquer dos quadros citados acima e Marina Elali, fruto da geração do Seis e Meia, na mídia nacional, indica que poderemos chegar bem mais no mundo da música produzida no Brasil, e as carreiras nacionais, mesmo que tímidas, de Valéria Oliveira, Khrystal, Carlos Zens,Galvão Filho, Rosa de Pedra e Isaque Galvão, sinalizam para uma música potiguar mais respeitada no país.

José Dias Junior

Viva Canindé Soares

4 de setembro de 2009

MUNICÍPIOS DO RN RECEBERÃO KIT BIBLIOTECA

O Governo do Estado através da Fundação José Augusto informa que cinco Municípios do Rio Grande Norte, através de ação do Programa Livro Aberto do Ministério da Cultura, irão receber kits de implantação de Biblioteca Pública. O material saiu ontem do Rio de Janeiro com destino a Caiçara do Norte, São Rafael, São Tomé, Serra Negra do Norte e São Pedro.

A intenção desta ação é aumentar o número de bibliotecas públicas no país e revitalizar algumas já existentes e que necessitam de melhorias, para assim, formar um maior número de leitores em diversas categorias como estudantes, pessoas da terceira idade, pais etc.

Os municípios contemplados receberão 05 mesas, 20 cadeiras, 05 estantes grandes, 05 estantes pequenas, 02 circuladores de ar, 01 TV de 40”, 01 aparelho de DVD, 01 aparelho de som, 01 computador, 01 impressora, 01 Arquivo de pasta suspensa, 01 armário de aço e cerca de 2 mil livros.

Para mais informações sobre o programa contactar o diretor da Biblioteca Câmara Cascudo Márcio Farias no telefone 3232 9746.

Últimos dias para inscrição no Cena Aberta

1 de setembro de 2009

30 Anos da anistia!


Xilogravura de Claudio Tozzi e Antonio Benetazzo, feita para a UNE em 1968. Benetazzo, estudante da FAU, foi preso em 1972 e morto pela ditadura militar