6 de julho de 2010

Fazendo arte nas mídias sociais

Folha de S. Paulo - DIOGO BERCITO

A foto do seu perfil no Facebook pode virar uma obra de arte à sua revelia.
Isso porque artistas como Zed Nesti, 40, têm explorado as redes sociais da internet para criar seus trabalhos.
Em 2009, ele transformou os retratos de alguns de seus amigos em ilustrações rabiscadas com carvão.
O trabalho, "The Book of Faces of Facebook", está disponível no perfil dele, inclusive para desconhecidos. São cerca de cem retratos.
"A brincadeira era fazer de todos os meus amigos, mas acho que não vai dar...", conforma-se. Hoje, sua lista beira 4.500 conhecidos.
O narcisismo que dita a dinâmica das mídias sociais é espelhado no trabalho do artista. "Muita gente me pede para ser retratada", conta.
Pudera. As ilustrações chamam a atenção pelo realismo e pelo estilo variado. Assim, o projeto extrapolou os limites dos bytes e ganhou um formato palpável.
Em fevereiro, 12 dos desenhos fizeram parte da exposição "Found on Facebook", em NY, de obras escolhidas apenas por meio do site.
Além disso, em junho, 60 retratos estiveram em São Paulo na mostra "Mediações", da galeria Motor.
E, por fim, alguns deles devem ser publicados pela editora Taschen, especializada em livros de arte.
"Os artistas estão começando agora a usar mídias sociais", explica Zed.
O americano Matt Held segue esse caminho, pintando a óleo retratos do Facebook.
"Só não quero ser o cara fazendo ilustrações do site quando ele não for mais relevante", disse, em entrevista ao "The New York Times".
Já Liubo Borissov, também dos EUA, buscou inspiração no Chatroulette, site de conversa por webcam. Ele reuniu centenas de horas de imagens no projeto "Crowdsource" (bit.ly/Liubo).
As imagens, porém, não são o único território a ser explorado pelas mídias sociais. No Twitter, a limitação de 140 caracteres serve de inspiração para fazer literatura.
Para os interessados: um concurso de contos (bit.ly/ ContoTw) nesse tamanho recebe inscrições até 25/7.

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