12 de julho de 2009

Allan Sales - Potiguar de coração!






ROMANCE DA BICHA CUBANA


TAL FOLHETO FOI FEITO EM CIMA DE UMA BRINCADEIRA QUE FIZ AO TELEFONE COM O MEU AMIGO ESCRITOR LUIZ BERTO COM O TÍTULO DE SUA OBRA MAIS FESTEJADA:"O ROMANCE DA BESTA FUBANA". DAÍ NASCEU ESTA SINGELA E JOCOSA HISTORINHA QUE VIROU FOLHETO DE CORDEL.

(1)
Ele foi um guerrilheiro
Lutou na revolução
Arretou-se com Fidel
Por causa de promoção
Arribando pra Miami
Esse foi o seu ditame
Viveu a transformação
(2)
Em Miami foi então
Trabalhar num estaleiro
Lugar onde conheceu
Um crioulo marinheiro
Que passou a assediá-lo
Até conseguir enraba-lo
Na sala do timoneiro
(3)
Aí revelou-se inteiro
A vocação pra baitola
Um negão americano
Que nele passou a rola
De Vitor virou Vitória
Essa é a sua estória
Torta que só a cebola
(4)
Ela não era uma tola
Foi para boate gay
Depois botou silicone
E o que mais eu não sei
Morava numa bocada
Que era barra pesada
Com gente fora da lei
(5)
Cidadão no “Iú esse ei”
Era o baitola cubano
Boneca muito enfeitada
Com brilho e muito pano
Mas odiava Fidel
Queria ter o papel
De derrubar seu tirano
(6)
Vitória tinha um plano
De invadir sua Cuba
Disfarçado de mulé
Tinha uma conta em Aruba
Pensou em fazer guerrilha
Com as outras bibas da ilha
Quem sabe Fidel derruba
(7)
Participou de suruba
Pra juntar muito dinheiro
Trabalhou pra traficante
Foi segurança em puteiro
Não conseguiu ser um astro
Famoso como o tal Castro
Que era o galo do terreiro
(8)
Leve lépido e fagueiro
E usando um modelito
Montado de “drag queen”
Só faltava ter priquito
Com passaporte da CIA
Disfarçado quem diria
Mas tava bem esquisito
(9)
Mas assim é que foi dito
Desembarcou em Havana
Queria um atentado
Contra Fidel o bacana
Com a grana clandestina
Assim com fúria assassina
Numa vingança tirana
(10)
Alugou uma cabana
Onde tudo planejava
Matar Fidel com veneno
Ele via que não dava
Mas teve idéia no quengo
Fidel era mulherengo
Aí a charada matava
(11)
Boate que freqüentava
Fidel Castro comandante
Podia ir dançar lá
O seu plano num rompante
Ver Fidel e seduzi-lo
Para alcova atraí-lo
E mata-lo neste instante
(12)
E com o peito arfante
Na boate empregou-se
O seu show de dançarina
E pra tanto esforçou-se
Até que chegou o dia
Fidel lá aparecia
Viu a “dona” e encantou-se
(13)
O comandante excitou-se
A ver a formosa “dama”
Ficou de facho aceso
Quase que seu rum derrama
Decidiu dar uma bimbada
Com aquela mal arrumada
Arrastar ela pra cama
(14)
Sua vontade se inflama
Foi com ela pra noitada
E quando ficaram sós
Viu de costas debruçada
Olhou para seu traseiro
Lembrou-se de um companheiro
De guerrilha e de jornada
(15)
Disse: Vitor camarada!
Essa bunda eu já conheço
Você me traiu seu safado
E isso eu não mereço
Vou mandar pro “paredón”
Pra tu ver o que é bom
Aqui faço e aconteço
(16)
Vitória bem no começo
Desta louca falação
Olhando Fidel nos olhos
Que arderam de paixão
Um grande amor do passado
Deram um beijo bem colado
Na maior atracação
(17)
Acabou-se a confusão
O amor venceu no fim
Desistiu de assassinar
E fazer um gesto ruim
Fidel abafou o caso
Pois ele tava no atraso
Traçou ela num quartim
(18)
E eu termino assim
Uma estória da goitana
Fidel fudendo Vitória
Durou umas cinco semana
Sarava seu Luiz Berto
Veja que causo esperto
Dessa tal Bicha Cubana

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